São Paulo, quarta-feira, 03 de julho de 2002

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SEGURANÇA

Sul-coreano, que ficou em cativeiro por 47 dias, teria sido levado por engano; família pagou só 2% do valor exigido

Acaba sequestro de garoto de Higienópolis

DA REPORTAGEM LOCAL

Sequestradores libertaram ontem de madrugada, na zona sul de São Paulo, o estudante sul-coreano M.S.H., 16, após mantê-lo em cativeiro por 47 dias.
O garoto estava desaparecido desde o dia 16 de maio, quando foi pego a caminho da escola, por volta das 7h, em Higienópolis (região central da capital).
Segundo a polícia, a família do adolescente pagou resgate -menos de 2% do que eles haviam exigido-, mas não revelou o valor.
M. teria sido sequestrado por engano quando caminhava para o Colégio Rio Branco ao lado da irmã F.E.J.H., 13, a exemplo do que ocorrera oito dias antes com a filha de um porteiro.
A irmã dele não teria sido levada porque os sequestradores perceberam que o vigia de um prédio vizinho testemunhara a ação.
M. passou cerca de 40 dias no meio do mato, em uma cabana de madeira coberta por lona, antes de ser levado para uma casa.
Desse segundo cativeiro, ele falou duas vezes por celular com o pai, J.P.H., 42, dono de uma pequena confecção.
Ontem, por volta das 3h40, M. foi solto em ponto pouco movimentado na estrada de Engenheiro Marsilac, após rodar por 40 minutos de carro. Pediu ajuda a um morador, que chamou a polícia.
O adolescente sumiu na esquina das ruas Piauí e Rio de Janeiro, a caminho do Colégio Rio Branco, surpreendido por motoqueiros, do mesmo modo e perto de onde a estudante A.C.F., 11, havia sido sequestrada uma semana antes. Filha de um porteiro, que recebeu pedido de resgate de US$ 5 milhões, a menina acabou libertada quatro horas e meia depois.
Perto dali está o apartamento do presidente Fernando Henrique Cardoso e a sede da DAS (Divisão Anti-Sequestro).
No caso do sul-coreano, segundo a polícia, os sequestradores não queriam acreditar que a família não tinha dinheiro, como no caso da filha do porteiro. Nas negociações, chegaram a aumentar o valor do resgate em US$ 100 mil e ameaçaram mandar um dedo ou uma orelha de M. para forçar o pagamento do valor pedido.
A Folha sabia do sequestro do estudante sul-coreano desde o início, mas não publicou o fato a pedido da família do garoto.



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