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SEGURANÇA
Sul-coreano, que ficou em cativeiro por 47 dias, teria sido levado por engano; família pagou só 2% do valor exigido
Acaba sequestro de garoto de Higienópolis
DA REPORTAGEM LOCAL
Sequestradores libertaram ontem de madrugada, na zona sul de
São Paulo, o estudante sul-coreano M.S.H., 16, após mantê-lo em
cativeiro por 47 dias.
O garoto estava desaparecido
desde o dia 16 de maio, quando foi
pego a caminho da escola, por
volta das 7h, em Higienópolis (região central da capital).
Segundo a polícia, a família do
adolescente pagou resgate -menos de 2% do que eles haviam exigido-, mas não revelou o valor.
M. teria sido sequestrado por
engano quando caminhava para o
Colégio Rio Branco ao lado da irmã F.E.J.H., 13, a exemplo do que
ocorrera oito dias antes com a filha de um porteiro.
A irmã dele não teria sido levada
porque os sequestradores perceberam que o vigia de um prédio
vizinho testemunhara a ação.
M. passou cerca de 40 dias no
meio do mato, em uma cabana de
madeira coberta por lona, antes
de ser levado para uma casa.
Desse segundo cativeiro, ele falou duas vezes por celular com o
pai, J.P.H., 42, dono de uma pequena confecção.
Ontem, por volta das 3h40, M.
foi solto em ponto pouco movimentado na estrada de Engenheiro Marsilac, após rodar por 40 minutos de carro. Pediu ajuda a um
morador, que chamou a polícia.
O adolescente sumiu na esquina
das ruas Piauí e Rio de Janeiro, a
caminho do Colégio Rio Branco,
surpreendido por motoqueiros,
do mesmo modo e perto de onde
a estudante A.C.F., 11, havia sido
sequestrada uma semana antes.
Filha de um porteiro, que recebeu
pedido de resgate de US$ 5 milhões, a menina acabou libertada
quatro horas e meia depois.
Perto dali está o apartamento
do presidente Fernando Henrique Cardoso e a sede da DAS (Divisão Anti-Sequestro).
No caso do sul-coreano, segundo a polícia, os sequestradores
não queriam acreditar que a família não tinha dinheiro, como no
caso da filha do porteiro. Nas negociações, chegaram a aumentar
o valor do resgate em US$ 100 mil e ameaçaram mandar um dedo
ou uma orelha de M. para forçar o pagamento do valor pedido.
A Folha sabia do sequestro do estudante sul-coreano desde o
início, mas não publicou o fato a pedido da família do garoto.
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