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RIO
O estudante, de 12 anos, foi impedido de entrar pelo motorista e, após uma freada brusca, acabou sendo atropelado pelo próprio veículo
Menino morre ao tentar subir em ônibus
DA SUCURSAL DO RIO
Ao tentar embarcar pela porta
da frente de um ônibus, o estudante Cléber Lemos Mendonça
Júnior, 12, foi impedido de entrar
pelo motorista e acabou morrendo atropelado pelo próprio veículo. O motorista foi indiciado sob a
acusação de homicídio culposo.
O episódio ocorreu na tarde de
ontem, em Bento Ribeiro (zona
norte do Rio), poucas horas depois de a Justiça estadual ter derrubado a Lei do Passe-Livre, que
assegurava a estudantes da rede
pública, idosos e deficientes físicos o direito de viajar de graça nos
ônibus intermunicipais.
O menino, uniformizado, estava em um ponto de ônibus na rua
Picuí e iria para a Escola Municipal Evangelino Duarte Baptista
(zona norte), onde estudava.
Segundo uma testemunha, Júnior tentou entrar pela porta da
frente do ônibus da linha 928
(Marechal Hermes-Ramos), mas
o motorista lhe disse para esperar
outro veículo, porque o que conduzia estava lotado.
Ao ver que uma pessoa descia
do ônibus, o estudante tentou subir novamente, mas o motorista
fechou a porta.
Júnior ficou pendurado do lado
de fora e pediu que as portas fossem abertas.
Poucos metros depois, o ônibus
freou bruscamente, e o estudante
caiu do veículo. Júnior acabou
sendo esmagado pelo ônibus e
morreu na hora.
Orientação
O motorista Alexandre Ribeiro
Duarte, 28, disse que não viu o
menino pendurado na porta porque havia muitos passageiros na
parte da frente do ônibus.
Duarte afirmou ainda que não
deixou Júnior entrar no veículo
porque recebeu uma orientação
de sua empresa, a Madureira Candelária, de não permitir que ninguém entrasse pela frente quando
o ônibus estivesse lotado.
O motorista disse também que
só soube do acidente quando chegou ao ponto final.
Duarte responderá ao inquérito
em liberdade. A pena para casos
de homicídio culposo é de um a
quatro anos de reclusão.
Responsável pelas investigações, o titular da 30ª Delegacia de
Polícia, delegado Otílio Bezerra,
declarou que resolveu indiciar
Duarte porque considera que ele
foi negligente no caso.
Júnior, que era filho de um motorista de ônibus, foi enterrado
ontem no cemitério de Ricardo de
Albuquerque (zona norte).
A Lei do Passe-Livre deixará de
vigorar somente quando a decisão judicial for publicada no "Diário Oficial".
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