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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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RIO

O estudante, de 12 anos, foi impedido de entrar pelo motorista e, após uma freada brusca, acabou sendo atropelado pelo próprio veículo

Menino morre ao tentar subir em ônibus

DA SUCURSAL DO RIO

Ao tentar embarcar pela porta da frente de um ônibus, o estudante Cléber Lemos Mendonça Júnior, 12, foi impedido de entrar pelo motorista e acabou morrendo atropelado pelo próprio veículo. O motorista foi indiciado sob a acusação de homicídio culposo.
O episódio ocorreu na tarde de ontem, em Bento Ribeiro (zona norte do Rio), poucas horas depois de a Justiça estadual ter derrubado a Lei do Passe-Livre, que assegurava a estudantes da rede pública, idosos e deficientes físicos o direito de viajar de graça nos ônibus intermunicipais.
O menino, uniformizado, estava em um ponto de ônibus na rua Picuí e iria para a Escola Municipal Evangelino Duarte Baptista (zona norte), onde estudava.
Segundo uma testemunha, Júnior tentou entrar pela porta da frente do ônibus da linha 928 (Marechal Hermes-Ramos), mas o motorista lhe disse para esperar outro veículo, porque o que conduzia estava lotado.
Ao ver que uma pessoa descia do ônibus, o estudante tentou subir novamente, mas o motorista fechou a porta.
Júnior ficou pendurado do lado de fora e pediu que as portas fossem abertas.
Poucos metros depois, o ônibus freou bruscamente, e o estudante caiu do veículo. Júnior acabou sendo esmagado pelo ônibus e morreu na hora.

Orientação
O motorista Alexandre Ribeiro Duarte, 28, disse que não viu o menino pendurado na porta porque havia muitos passageiros na parte da frente do ônibus.
Duarte afirmou ainda que não deixou Júnior entrar no veículo porque recebeu uma orientação de sua empresa, a Madureira Candelária, de não permitir que ninguém entrasse pela frente quando o ônibus estivesse lotado.
O motorista disse também que só soube do acidente quando chegou ao ponto final.
Duarte responderá ao inquérito em liberdade. A pena para casos de homicídio culposo é de um a quatro anos de reclusão.
Responsável pelas investigações, o titular da 30ª Delegacia de Polícia, delegado Otílio Bezerra, declarou que resolveu indiciar Duarte porque considera que ele foi negligente no caso.
Júnior, que era filho de um motorista de ônibus, foi enterrado ontem no cemitério de Ricardo de Albuquerque (zona norte).
A Lei do Passe-Livre deixará de vigorar somente quando a decisão judicial for publicada no "Diário Oficial".


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