DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Armados com metralhadoras, fuzis, escopetas, pistolas e granadas, um grupo de pelo menos 30 homens invadiu anteontem à noite o condomínio Palais Lac Leman, num dos bairros mais nobres de Curitiba.
A ação durou três horas. A PM calcula que os ladrões levaram cerca de US$ 1 milhão em dinheiro e jóias. Dezenove dos 23 apartamentos foram assaltados.
Moradores, empregados e visitantes -cerca de 60 pessoas- foram trancados no salão de festas enquanto os apartamentos eram arrombados.
Os moradores começaram a ser ouvidos ontem à tarde no Centro de Operações Policiais Especiais, um grupo de elite da Polícia Civil do Paraná. O delegado Luiz Carlos Oliveira disse que a quadrilha conhecia bem o prédio invadido.
Para se aproximar da portaria, parte dos assaltantes avisou que precisava entregar uma encomenda. Os seis seguranças que trabalham no condomínio foram rendidos por volta das 19h, durante a troca de turno.
Enquanto parte do grupo entrava pela portaria, outra parte pulou o muro. Os assaltantes danificaram as câmeras de segurança e roubaram as fitas que gravavam a movimentação tanto no interior quanto no exterior do prédio.
Quem chegava pela garagem ou pelo portaria era rendido e levado ao salão de festas. "Eles sabiam muito bem o que estavam fazendo. Nenhum deles chegou a apontar suas armas para as pessoas, mas faziam questão de exibi-las", contou um morador que pediu para não ser identificado.
Pelo menos dois ladrões usavam capuzes para esconder o rosto. Todos estavam bem vestidos, alguns com ternos, e aparentavam entre 25 e 40 anos.
O assalto terminou por volta das 22h. Os ladrões deixaram um celular com os moradores e ordenaram que eles aguardassem um chamado para serem liberados. A ligação foi feita 40 minutos depois. Acionada, a PM mobilizou 20 policiais, mas nenhum dos assaltantes foi localizado.
Na hora do assalto, um grupo se preparava para uma confraternização no salão de festas. Parte da área seria utilizada para uma reunião de condomínio.
A polícia encontrou celulares pré-pagos, roupas e até caixas de pizzas que teriam sido consumidas pelos ladrões. Alguns moradores estranharam o sotaque do grupo, o que pode indicar que a quadrilha seja de outro Estado.


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