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Governo investiu 10% do previsto
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seis meses de governo, o
prefeito de São Paulo, José Serra
(PSDB), desembolsou quase quatro vezes mais dinheiro para pagar dívidas de gestões anteriores
do que em investimentos.
De acordo com dados oficiais da
Secretaria de Finanças, Serra pagou até agora R$ 738 milhões dos
R$ 2,152 bilhões que calcula ter recebido em dívidas da ex-prefeita
Marta Suplicy (PT).
Pelos critérios definidos pela
gestão Serra, os grandes credores
da prefeitura só devem ter seus
débitos quitados no ano de 2012.
A quantia que saiu dos cofres
para novas obras ou projetos, até
30 de junho, foi de R$ 199,5 milhões, um número muito baixo se
comparado ao investimento total
inicialmente previsto para este
ano: cerca de R$ 2 bilhões.
A prefeitura afirma que as receitas foram superestimadas na elaboração do Orçamento, portanto,
o número não deve ser atingido.
A oposição ao governo Serra
afirma que a atual administração
exagera ao falar em receita superestimada. "A atual administração arrecadou quase 10% a mais
do que a gestão passada e gastou
20% a menos", diz texto divulgado pela liderança do PT na Câmara Municipal por conta dos seis
meses de administração tucana.
O Orçamento aprovado para este ano é de R$ 15,2 bilhões. Ao assumir, Serra congelou quase 32%
dessa quantia. Atualmente, cerca
de 20% do valor de 2005 continua
contingenciado. A liberação para
a realização de despesas, dizem os
integrantes da administração tucana, só será feita se houver receita compatível.
Em entrevista publicada pela
Folha no dia 23 de maio, o secretário de Finanças, Mauro Ricardo
Costa, disse que os investimentos
em grandes projetos da administração Serra só devem começar a
partir do ano que vem. Segundo
Costa, este é um ano para planejar
os grandes projetos da prefeitura.
O auxiliar de Serra afirma que a
situação das finanças municipais
recebida de Marta obrigou a atual
gestão a realizar o aperto.
A ex-prefeita diz ter deixado as
contas no azul. O TCM (Tribunal
de Contas do Município) acabou
isentando no mês passado a petista de qualquer infração à Lei de
Responsabilidade Fiscal e recomendou a aprovação das contas
municipais de 2004. Pelos cálculos do relator das contas, conselheiro Eurípedes Sales, Marta entregou a prefeitura com superávit.
O relatório aprovado pelos conselheiros levou em conta a dívida
recebida por Marta de seu antecessor, o ex-prefeito Celso Pitta,
para afirmar que, somados os
quatro anos, a gestão financeira
da cidade foi "equilibrada".
O Ministério Público está investigando as contas de 2004 para saber se Marta infringiu ou não a Lei
de Responsabilidade Fiscal.
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