São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Kassab já admite flexibilizar restrições

Segundo o secretário dos Transportes, prefeitura irá analisar nesta semana três pedidos apresentados pelo sindicato de cargas

Um deles é o aumento de mais 5 horas ao período para transporte de entulho; análise não significa que pedidos serão aceitos, diz secretário

RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois dias após o protesto que parou a marginal Tietê na segunda-feira, a gestão Gilberto Kassab (DEM) acena com a possibilidade de flexibilizar algumas das restrições ao transporte de cargas na cidade.
Segundo o secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, a prefeitura irá analisar, ainda nesta semana, três pedidos apresentados ontem à tarde pelo Sindicapro (Sindicato dos condutores de cargas próprias de São Paulo), que promoveu o ato de segunda-feira junto com a Associação das Empresas de Terraplenagem.
São eles: acréscimo de cinco horas ao período liberado para transporte de entulho; liberação das entregas de material de construção durante o dia, das 10h às 16h, em caminhões toco (1,5 m maiores que os VUC e com capacidade três vezes maior)- e fim do rodízio dos VUC (veículo urbano de carga, com até 6,3 m), que até novembro circularão em dias alternados, de acordo com o final da placa, e a partir de então só poderão rodar das 21h às 5h.
"Estamos confiantes [em uma resposta positiva da prefeitura]. Ainda sinto um pouco de dor nos rins, mas valeu a pena ter invadido a marginal [Tietê]", disse o presidente do Sindicapro, Almir Macedo, sobre os golpes de cassetete que levou da Polícia Militar no protesto. Ele prevê novas manifestações -"ainda maiores"- em caso de negativa da prefeitura.
Questionado, Moraes negou um eventual recuo. "Vamos analisar todos os pedidos, dos mais razoáveis aos mais absurdos. Isso não significa que serão aceitos." Ele disse que outros pedidos de exceção, negados durante a elaboração das restrições, foram reapresentados.

Reunião
A proposta do Sindicapro foi apresentada ontem à tarde, em reunião que durou uma hora e meia. O encontro fora agendado durante o protesto de segunda-feira, como condição para que os manifestantes, que prometiam ir com os caminhões até a porta da casa do prefeito de madrugada, se dispersassem. Semanas antes, o Sindicapro tentara marcar audiência com a secretaria dos Transportes, mas não obteve resposta.
O principal pedido do Sindicapro é que o horário liberado para os caminhões de entulho, que vai das 10h às 16h, passe a ser das 5h às 16h -igual ao período concedido aos caminhões de concretagem. Moraes disse que o pedido foi feito "com muita propriedade" pelo presidente do Sindicapro.
"Eles apresentaram um estudo detalhado, com gráficos, que será analisado. Querem um tratamento isonômico, igualitário em relação ao setor da concretagem", disse Moraes, após ouvir do sindicalista, na reunião, a explicação de que a terraplenagem (aterramento com entulho) é preparada simultaneamente à concretagem.
Segundo Moraes, a idéia já havia sido avaliada durante o processo de definição das exceções, em maio, mas que agora "foi reapresentada com novos argumentos". O secretário afirmou que irá contatar o sindicato até a sexta-feira, para marcar nova reunião, prevista para a próxima semana. "Eles [sindicalistas] entendem a importância das medidas e querem colaborar", observou o secretário.
O presidente do sindicato dos comerciários e da União Geral dos Trabalhadores -central sindical à qual é filiado o Sindicapro-, Ricardo Patah, também participou da reunião. "É importante que algo seja feito para melhorar o trânsito, mas não concordamos com a forma como foi feito", afirmou.


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