São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

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Juiz do PR não solta 1º suspeito de atacar casal

Jovens foram surpreendidos, no fim de janeiro, em trilha na praia de Matinhos; rapaz foi morto e garota ficou paraplégica

Pedido de liberdade foi feito depois da prisão de um novo suspeito, que, de acordo com a polícia, confessou ser o autor do crime


DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Justiça do Paraná negou ontem pedido de liberdade para o auxiliar de serviços gerais Juarez Ferreira Pinto, 42, preso há quatro meses e 16 dias sob suspeita de ter atacado um casal de universitários, no final de janeiro, em uma trilha em Matinhos (a 110 km de Curitiba), no litoral paranaense.
O motivo da decisão não foi informado porque a Justiça decretou sigilo sobre o processo.
Irmão de Juarez, o policial civil Altair Ferreira Pinto, o Taíco, afirmou que a família vai processar o Estado para repor danos materiais e morais causados pela prisão.
Os advogados contratados pela família defendem a liberdade do suspeito depois que a polícia informou ter detido há dez dias outro homem, o segurança Paulo Delci Unfried, 32, que confessou, segundo a polícia, ter sido o autor do crime.
Em 31 de janeiro, o universitário Osíris Del Corso, 22, e a namorada, Monik Pegorari Lima, 23, foram baleados durante tentativa de assalto em uma trilha próxima a uma praia em Matinhos. Del Corso morreu e a jovem ficou paraplégica.
Um exame de balística apontou que os tiros partiram da arma de Paulo Unfried. Apesar dos novos indícios, Monik manteve o reconhecimento de Juarez como o assaltante. Os dois suspeitos têm semelhanças físicas.
O Ministério Público Estadual defendeu novas investigações por ter constatado "contradições" no depoimento do segundo suspeito.
O juiz do Fórum de Matinhos, Rafael Luis Brasileiro Kanayama, determinou sigilo temporário no processo até que as apurações sejam concluídas.
Segundo Taíco, o irmão de Juarez, o aparecimento de um segundo suspeito no caso já é suficiente para livrá-lo da cadeia. Sua família vai exigir reparação na Justiça por suposto erro durante as investigações.
O comando da Polícia Civil do Paraná diz que não é possível afirmar que houve erro.
"A família vem sofrendo muito. Na hora em que tivermos as condições legais, não vamos perder tempo. Foram muitos danos materiais e morais acumulados em quatro meses", afirma Taíco.
O policial disse que o irmão não tem condições físicas de subir a trilha onde o assalto foi cometido e que há testemunhos que confirmam que Juarez estava a 22 km da trilha no dia do ataque ao casal.
Segundo seus advogados, Juarez sofre sequelas de doenças como Aids e hepatite B e C.


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