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Delegada pediu à Justiça proteção para ex de Bruno
Solicitação tentava obrigar goleiro a ficar afastado de Eliza, então grávida
Caso foi encaminhado ao Ministério Público, mas nenhuma medida efetiva de proteção foi tomada em oito meses
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DO RIO
A delegada da Polícia Civil
que registrou em outubro a
queixa de agressão de Eliza
Samúdio contra o goleiro
Bruno Fernandes, do Flamengo, pediu na época à Justiça medidas de proteção para a ex-namorada do jogador.
Elas estão previstas na Lei
Maria da Penha, que coíbe a
violência contra as mulheres.
Oito meses depois, nenhuma medida havia sido tomada. Eliza desapareceu no início de junho. Segundo a polícia, Bruno é o principal suspeito de envolvimento no sumiço da ex-namorada.
Então responsável pela
Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, Maria Aparecida Mallet disse ter
encaminhado pedido para
que Bruno fosse obrigado judicialmente a ficar afastado
de Eliza, que estava grávida.
A ex-namorada relatou a
Mallet ter sido agredida e forçada a tomar um medicamento abortivo para não ter o
filho, que seria do goleiro.
Dez dias após a queixa, a
delegada foi transferida da
Deam e deixou o caso. No período em que cuidou do caso,
diz ter tentado ouvir Bruno
por duas vezes, mas ele não
compareceu à delegacia.
O pedido de medidas protetivas foi encaminhado à 1ª
Vara Criminal do Rio em outubro. Em novembro, foi remetido ao Ministério Público. A última movimentação
foi em fevereiro.
O promotor de Justiça do
caso, Alexandre Murilo Graça, disse não saber se a Justiça determinou proteção.
"Sinceramente, não sei
porque ainda não li. Acho
que não tem nenhuma medida deferida ali. Não vou ler isso agora", afirmou ontem.
Ele disse ter solicitado que
o pedido de medida protetiva
fosse juntado ao inquérito
com a queixa de Eliza. Segundo a Polícia Civil, a Justiça não determinou nenhuma
medida protetiva.
Graça disse ter recebido na
quinta o inquérito da delegacia e que aguarda laudo que
comprovaria o uso de abortivo na urina de Eliza. O exame
só foi concluído na semana
passada. O IML diz que não
houve pedido de urgência.
Mallet, que requisitou o
exame, disse que o laudo por
si só é um pedido urgente.
Ontem Bruno treinou e
não deu entrevistas. O advogado Michel Assef Filho não
retornou as ligações.
CONDENAÇÃO
Cleiton Gonçalves, 22, que
dirigia a Range Rover de Bruno quando ela foi apreendida
sem licenciamento em Contagem (MG) em 8 de junho,
foi condenado em 2007 e está
em regime aberto.
O advogado Lorivaldo Carneiro confirmou que Gonçalves cumpre pena por "crime
contra patrimônio". A Polícia
Civil encontrou vestígios de
sangue no veículo e investiga
se é de Eliza. Carneiro nega
qualquer envolvimento do
cliente no sumiço dela.
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