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CASO DINIZ
Humberto e Horácio Paz divulgaram carta antes de viajar
Presos terminam greve de fome de 11 dias e voltam para a Argentina
MALU GASPAR
da Reportagem Local
Os últimos sequestradores do
empresário Abílio Diniz que ainda
estavam presos no Brasil, os irmãos argentinos Humberto e Horácio Paz, foram transferidos ontem para seu país, encerrando uma
greve de fome de 11 dias.
Na Argentina, eles devem continuar presos, mas os advogados das
organizações de direitos humanos
que os apóiam devem entrar já na
próxima semana com pedido de liberdade condicional.
A legislação argentina para esses
casos é igual à brasileira - o preso
tem direito à condicional desde
que tenha cumprido dois terços da
pena, com bom comportamento.
Os argentinos, que foram condenados a 17 e 18 anos, estão presos
há quase dez.
A transferência dos dois foi possível devido a um tratado da Argentina com o Brasil, aprovado no
Congresso brasileiro já na segunda
greve de fome.
O tratado, que não havia sido
aprovado pelo Congresso argentino, passou a vigorar depois de um
acordo entre os dois países determinando a sua antecipação. Tratados idênticos foram assinados
com Canadá e Chile, que, diferente
da Argentina, tiveram a medida referendada pelos seus Parlamentos.
Foi a terceira vez que os sequestradores de Diniz pararam de comer para reivindicar a sua transferência ou a libertação. Presos desde 1989, os cinco chilenos, dois canadenses e um brasileiro, além dos
irmãos Paz, afirmavam estar sendo discriminados pela Justiça, que
não lhes dava a progressão penal a
que diziam ter direito.
Só com a segunda greve, que durou 46 dias, chilenos, canadenses e
o brasileiro tiveram suas reivindicações atendidas. Os chilenos continuam presos, mas os outros já estão em liberdade condicional.
Ontem, antes de viajar, os irmãos
Paz divulgaram uma carta em que
reafirmaram seu arrependimento
pelo sequestro, que consideram
um erro político. O crime, que foi
desvendado um dia antes das eleições, foi relacionado a Lula, então
candidato a presidente.
Os sequestradores, que sustentam que o crime tinha o objetivo de
conseguir fundos para a guerrilha
de El Salvador, pediram desculpas
pelos danos causados à esquerda
brasileira. O resgate pedido era de
US$ 30 milhões.
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