São Paulo, terça-feira, 03 de agosto de 2004

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CONVÊNIOS

Motivo é a não-adesão de clínicas e hospitais, afirmam entidades

Boicote não inclui médico assalariado

Keiny Andrade/Folha Imagem
O oftalmologista Carlos Alberto Izzo, que apóia o boicote por considerar que recebe pouco por consulta, perdeu oito clientes ontem


DA REPORTAGEM LOCAL

As entidades médicas anunciaram ontem que profissionais assalariados -a serviço de clínicas e hospitais- não estão obrigados, por enquanto, a aderir ao boicote contra oito seguradoras de saúde iniciado na última sexta-feira na capital paulista.
Como os estabelecimentos não entraram no movimento -e são eles que têm os contratos com as operadoras-, não há meios de esses profissionais participarem, apontam as entidades.
Na sexta-feira à noite, a liderança do movimento esteve reunida com 22 diretores-clínicos de estabelecimentos de saúde em busca de adesão. A idéia, agora, é fazer pressão dentro das clínicas.
Em 26 de julho, a comissão que chefia o boicote havia enviado carta aos médicos em que os orientava a informá-la sobre clínicas que não aderissem. Em seguida, o sindicato dos estabelecimentos anunciou que não participaria do boicote.
"Não houve recuo. Em um movimento, reagimos à medida que as coisas acontecem", afirmou o segundo o secretário do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Renato Azevedo Júnior. A maioria dos 39 mil médicos da capital paulista tem mais de um trabalho, combina o consultório com a prestação de serviços a hospitais e clínicas, públicos e privados -há mais de 50 mil estabelecimentos.
Azevedo Júnior diz que os médicos são obrigados a aderir ao boicote. Ele cita o código de ética da categoria, que prevê que o profissional pode ser punido até com perda do registro caso se posicione contra movimentos.
São alvo do boicote a Bradesco Saúde, SulAmérica, Porto Seguro, Unibanco AIG, Marítima, Notre Dame, Itaú e AGF Brasil. Durante o movimento, os profissionais que constam dos catálogos de serviços das empresas (referenciados) atenderão somente por reembolso: o cliente paga o valor definido como referência pelos profissionais e cobra da empresa o valor. Para consulta, a categoria pede R$ 42,00.
Normalmente, os médicos referenciados recebem valores menores e diretamente da operadora.
"O que nos pagam é um vexame", afirma o oftalmologista Carlos Alberto Izzo. Ele teve oito das consultas desmarcadas ontem. (FABIANE LEITE)

Colaborou o "Agora"

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