São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2007

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Serra ameaça demitir os metroviários grevistas

Governador poderá adotar medida se a Justiça considerar que a greve é ilegal

Tribunal deve julgar hoje se a paralisação é abusiva; o sindicato afirmou que o movimento ocorreu devido à intransigência do governo

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem que demitirá grevistas se a Justiça entender que a paralisação dos metroviários é abusiva.
A juíza Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, determinou nesta semana que, em caso de paralisação, o Metrô deveria manter 85% da operação nos horários de pico e de 60% nos demais. A multa fixada é de R$ 100 mil.
Durante o dia todo, com a operação especial da empresa, houve o atendimento de apenas 60% dos usuários.
Hoje o tribunal deverá julgar se a greve é abusiva e quem deverá pagar a multa -se o sindicato dos metroviários ou o próprio Metrô. O Ministério Público do Trabalho já se manifestou afirmando que o sindicato infringiu a lei, pois não contribuiu para a operação.
"Se [a Justiça] decretar que a greve é abusiva, vamos descontar dias parados e demitir", disse Serra à TV Bandeirantes.
Na visão do governo, os metroviários deflagraram a greve para que a atual diretoria da entidade tenha mais força na eleição interna, que ocorrerá no próximo mês. Esta é a terceira paralisação do ano.

Sindicato
O diretor do sindicato Manuel Xavier Lemos Filho declarou que "não será com intimidação que o governo irá dobrar o nosso movimento".
A entidade afirma que a paralisação foi deflagrada devido à intransigência do governo -este diz ter chegado ao limite.
Xavier afirma que a greve não tem relação com a eleição interna da categoria.
"A categoria não se deixaria manobrar por essa ou aquela chapa para as eleições. É uma cortina de fumaça que o governo quer criar."
Deverão concorrer duas chapas na disputa. A da situação é formada principalmente por integrantes do PC do B, PT e PSB; a outra, por membros do PSTU e do Psol.
Com relação à decisão da Justiça, de que seria necessário manter um percentual mínimo de operação, o sindicato afirmou que a diretoria do Metrô não aceitou a sua proposta. A entidade disse que manteria o percentual, desde que as catracas fossem liberadas.
O diretor do Metrô Sergio Avelleda afirmou que a proposta é ilegal. "A receita do Metrô é pública. Se aceitássemos, responderíamos por improbidade administrativa." (FÁBIO TAKAHASHI E JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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