|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Serra ameaça demitir os metroviários grevistas
Governador poderá adotar medida se a Justiça considerar que a greve é ilegal
Tribunal deve julgar hoje se a paralisação é abusiva; o sindicato afirmou que o movimento ocorreu devido à intransigência do governo
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), disse ontem
que demitirá grevistas se a Justiça entender que a paralisação
dos metroviários é abusiva.
A juíza Wilma Nogueira de
Araújo Vaz da Silva, vice-presidente do Tribunal Regional do
Trabalho, determinou nesta semana que, em caso de paralisação, o Metrô deveria manter
85% da operação nos horários
de pico e de 60% nos demais. A
multa fixada é de R$ 100 mil.
Durante o dia todo, com a
operação especial da empresa,
houve o atendimento de apenas 60% dos usuários.
Hoje o tribunal deverá julgar
se a greve é abusiva e quem deverá pagar a multa -se o sindicato dos metroviários ou o próprio Metrô. O Ministério Público do Trabalho já se manifestou
afirmando que o sindicato infringiu a lei, pois não contribuiu para a operação.
"Se [a Justiça] decretar que a
greve é abusiva, vamos descontar dias parados e demitir", disse Serra à TV Bandeirantes.
Na visão do governo, os metroviários deflagraram a greve
para que a atual diretoria da entidade tenha mais força na eleição interna, que ocorrerá no
próximo mês. Esta é a terceira
paralisação do ano.
Sindicato
O diretor do sindicato Manuel Xavier Lemos Filho declarou que "não será com intimidação que o governo irá dobrar
o nosso movimento".
A entidade afirma que a paralisação foi deflagrada devido à
intransigência do governo -este diz ter chegado ao limite.
Xavier afirma que a greve não
tem relação com a eleição interna da categoria.
"A categoria não se deixaria
manobrar por essa ou aquela
chapa para as eleições. É uma
cortina de fumaça que o governo quer criar."
Deverão concorrer duas chapas na disputa. A da situação é
formada principalmente por
integrantes do PC do B, PT e
PSB; a outra, por membros do
PSTU e do Psol.
Com relação à decisão da
Justiça, de que seria necessário
manter um percentual mínimo
de operação, o sindicato afirmou que a diretoria do Metrô
não aceitou a sua proposta. A
entidade disse que manteria o
percentual, desde que as catracas fossem liberadas.
O diretor do Metrô Sergio
Avelleda afirmou que a proposta é ilegal. "A receita do Metrô é
pública. Se aceitássemos, responderíamos por improbidade
administrativa."
(FÁBIO TAKAHASHI E JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
Texto Anterior: Na Luz, PM barra entrada de passageiros Próximo Texto: Metrô quer sistema em que operador não é necessário Índice
|