São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2007

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Presidente da TAM agora faz críticas à pista de Congonhas

Na CPI, Marco Bologna diz que se as ranhuras estivessem prontas, o Airbus teria "um procedimento mais tranqüilo" na descida

Presidente da TAM fez ainda defesa dos pilotos do vôo 3054 mortos no acidente e informou que piloto Kleyber seria promovido em breve

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, mudou de opinião e sugeriu ontem, em depoimento à CPI do Apagão Aéreo, que, se a pista principal de Congonhas estivesse com os "groovings" (ranhuras para escoar a água da chuva) prontos, o Airbus-A320 "poderia ter um procedimento mais tranqüilo" no pouso, no último dia 17.
Para reforçar sua avaliação, ele ressaltou que, após o acidente, a Infraero decidiu antecipar a feitura das ranhuras. "Em função de não ter o "grooving", teria [de ter] uma delicadeza maior, tanto que, após o acidente, fizeram o "grooving"."
Em entrevista no dia seguinte ao acidente, porém, Bologna disse que a ausência das ranhuras não poderia ser considerada como causa do acidente.
Bologna negou que a empresa tenha decidido não operar com reversor travado e indicou que nada deve mudar, apesar do acidente. "Não emitimos qualquer boletim de orientação técnica para a TAM não mais pinar qualquer reversor. Caso a gente tenha alguma eventualidade, de ter de fazer a pinagem, vamos consultar o fabricante até o final da investigação."
A própria TAM sustenta, porém, que o manual do fabricante não restringe vôos com até dois reversores travados.
Bologna disse que a incidência de aeronaves da empresa com reversor travado é baixa e que, "neste momento, a frota não tem reversor com esta característica." A TAM tem 61 Airbus-A320. Bologna afirmou também que a TAM não irá baixar novas normas para o peso de suas aeronaves.
Ele negou a informação de que a TAM utilizaria, em sua frota, "turbinas de segunda mão", que seriam compradas de uma empresa israelense, e lembrou que a companhia é certificada internacionalmente pelos fabricantes dos aviões.
A decisão de não pousar mais em Congonhas em dia de chuva também não foi uma iniciativa da empresa, segundo ele. Disse que apenas seguiu determinação da Infraero de que Congonhas feche em dias de chuva, independente do nível de água na pista.
Bologna fez uma defesa dos pilotos que morreram no acidente e informou que Kleyber Lima logo seria promovido para aviação internacional. O presidente negou ainda que haja sobrecarga de trabalho e que os salários sejam baixos.

Queda nas vendas
Segundo Bologna, houve queda de 30% nas vendas de passagens aéreas da TAM após o acidente. "Estamos com queda da ordem de 30% em nossos movimentos de venda."
Ao ser questionado pelo relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), sobre as tarifas das passagens, ele disse que elas vêm tendo quedas anuais de cerca de 9%. Informou que o cálculo não leva em conta a sazonalidade, mas estima que esteja relacionado à tragédia.


Colaborou a Folha Online


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