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Presidente da TAM agora faz críticas à pista de Congonhas
Na CPI, Marco Bologna diz que se as ranhuras estivessem prontas, o Airbus teria "um procedimento mais tranqüilo" na descida
Presidente da TAM fez ainda defesa dos pilotos do vôo 3054 mortos no acidente e informou que piloto Kleyber seria promovido em breve
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da TAM, Marco
Antonio Bologna, mudou de
opinião e sugeriu ontem, em
depoimento à CPI do Apagão
Aéreo, que, se a pista principal
de Congonhas estivesse com os
"groovings" (ranhuras para escoar a água da chuva) prontos, o
Airbus-A320 "poderia ter um
procedimento mais tranqüilo"
no pouso, no último dia 17.
Para reforçar sua avaliação,
ele ressaltou que, após o acidente, a Infraero decidiu antecipar a feitura das ranhuras.
"Em função de não ter o "grooving", teria [de ter] uma delicadeza maior, tanto que, após o
acidente, fizeram o "grooving"."
Em entrevista no dia seguinte ao acidente, porém, Bologna
disse que a ausência das ranhuras não poderia ser considerada
como causa do acidente.
Bologna negou que a empresa tenha decidido não operar
com reversor travado e indicou
que nada deve mudar, apesar
do acidente. "Não emitimos
qualquer boletim de orientação
técnica para a TAM não mais
pinar qualquer reversor. Caso a
gente tenha alguma eventualidade, de ter de fazer a pinagem,
vamos consultar o fabricante
até o final da investigação."
A própria TAM sustenta, porém, que o manual do fabricante não restringe vôos com até
dois reversores travados.
Bologna disse que a incidência de aeronaves da empresa
com reversor travado é baixa e
que, "neste momento, a frota
não tem reversor com esta característica." A TAM tem 61
Airbus-A320. Bologna afirmou
também que a TAM não irá baixar novas normas para o peso
de suas aeronaves.
Ele negou a informação de
que a TAM utilizaria, em sua
frota, "turbinas de segunda
mão", que seriam compradas
de uma empresa israelense, e
lembrou que a companhia é
certificada internacionalmente
pelos fabricantes dos aviões.
A decisão de não pousar mais
em Congonhas em dia de chuva
também não foi uma iniciativa
da empresa, segundo ele. Disse
que apenas seguiu determinação da Infraero de que Congonhas feche em dias de chuva,
independente do nível de água
na pista.
Bologna fez uma defesa dos
pilotos que morreram no acidente e informou que Kleyber
Lima logo seria promovido para aviação internacional. O presidente negou ainda que haja
sobrecarga de trabalho e que os
salários sejam baixos.
Queda nas vendas
Segundo Bologna, houve
queda de 30% nas vendas de
passagens aéreas da TAM após
o acidente. "Estamos com queda da ordem de 30% em nossos
movimentos de venda."
Ao ser questionado pelo relator da CPI, deputado Marco
Maia (PT-RS), sobre as tarifas
das passagens, ele disse que
elas vêm tendo quedas anuais
de cerca de 9%. Informou que o
cálculo não leva em conta a sazonalidade, mas estima que esteja relacionado à tragédia.
Colaborou a Folha Online
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