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SEGURANÇA
Pressionado, governo desiste de piso nacional para policiais
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pressionado pelos governadores de Estado e por sua
própria equipe econômica,
que alegam a escassez de recursos, o governo federal desistiu de enviar ao Congresso
a proposta de criação de um
piso salarial nacional para
policiais civis e militares, incluindo os bombeiros.
A idéia do piso era um dos
principais eixos do PAC da
Segurança, como ficou conhecido o Pronasci (Programa Nacional de Segurança
Pública com Cidadania), cuja
versão atualizada foi apresentada anteontem pelo ministro Tarso Genro (Justiça)
ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Como compensação, o governo federal planeja agora
oferecer uma espécie de bolsa aos profissionais de segurança que realizarem cursos
de qualificação custeados integralmente pela União.
A bolsa, a ser paga durante
o período do curso, terá um
valor máximo de 40% em relação ao salário do beneficiado -PMs, policiais civis,
bombeiros, peritos e agentes
penitenciários. O público alvo da "Bolsa Formação" são
225 mil profissionais de segurança com salários de até
R$ 1.400 mensais.
O piso salarial aos policiais
seria implementado por
meio de um fundo constitucional, com a idéia de oferecer um salário mínimo próximo a R$ 1.600. Isso significaria um gasto total de R$ 17
bilhões à União, dividido por
um período de dez anos.
Nos quatro primeiros
anos, o fundo atuaria apenas
com recursos federais. A partir disso, entrariam os Estados. Os governadores alegaram que o piso, além de esvaziar os cofres dos Estados,
poderia trazer problemas
nas corporações com um
efeito cascata nos salários.
A PEC (Proposta de
Emenda Constitucional) para a criação do fundo será
substituída por um projeto
de lei que propõe a "Bolsa
Formação", com gastos
anuais ao governo de cerca
de R$ 700 milhões. A idéia é
diminuir o fosso salarial da
maioria dos policiais diante
de oficiais e delegados (civis).
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