São Paulo, quarta-feira, 03 de agosto de 2011

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JOÃO DA COSTA FALCÃO (1919-2011)

Cuidou da segurança de Luís Carlos Prestes

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

O ano de 1938 marcou a vida do baiano João da Costa Falcão: foi quando ele ingressou na Faculdade Livre de Direito, em Salvador, e começou a militar no Partido Comunista Brasileiro, que atuava clandestinamente contra o regime de Getúlio Vargas.
Daí para frente, trabalhou intensamente no PCB. Foi preso, exilou-se na Argentina, e, ao lado de outros militantes, criou publicações comunistas como a revista "Seiva" e o jornal "O Momento".
Em 1945, concorreu às eleições para deputado federal constituinte pelo partido -já legalizado-, ficando suplente de Carlos Marighella.
Com a volta da sigla à ilegalidade, mudou-se para o Rio dois anos depois, onde passou a militar novamente na clandestinidade. Lá, tornou-se o responsável pela segurança do líder comunista Luís Carlos Prestes até 1950, quando voltou para Salvador.
Após se distanciar da política, ajudou a criar o "Jornal da Bahia". Também fundou uma imobiliária e um banco.
A partir de 1988, dedicou-se à vida literária. Integrante da Academia de Letras da Bahia, publicou seis livros. O primeiro deles foi "O Partido Comunista que Eu Conheci".
Há pouco mais de um mês, decidiu escrever uma biografia de Prestes. Começou a remexer papéis guardados desde a época em que trabalhou com ele, mas, como os documentos estavam velhos e empoeirados, acabou tendo uma crise asmática, que depois virou uma pneumonia.
Na quarta-feira (27), morreu de falência múltipla dos órgãos, aos 91. Deixa a mulher, Hyldeth, com quem era casado havia 64 anos, seis filhos, 21 netos e 13 bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br


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