DA REPORTAGEM LOCAL

Caso haja um novo acidente envolvendo uma de suas vigas, a ponte Eusébio Matoso, na marginal Pinheiros (zona oeste de São Paulo), poderá cair.
A informação consta do depoimento prestado ao Ministério Público Estadual, na última quinta-feira, pelos engenheiros José Carlos Bettoni Masi e Carlos Nilo Segura -encarregados de supervisionar as obras que são realizadas desde julho após uma carreta de cerca de 4,7 m de altura bater na ponte e arrastar cinco das 17 vigas que a sustentavam.
Foi a partir das declarações dos dois engenheiros que a Promotoria de Justiça e Urbanismo notificou, no final da tarde de ontem, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A medida foi tomada após Masi e Segura afirmarem que somente o impedimento total do tráfego de caminhões altos -durante os seis meses das obras- será capaz de evitar uma tragédia.
Desde o dia do acidente, a CET realiza no local o monitoramento do trânsito e mantém fechada a alça de acesso da ponte no sentido Castelo Branco.
Nos depoimentos, Masi e Segura afirmaram que o acidente provocou a derrubada da viga mais resistente da ponte, que tem a função de absorver impactos mais bruscos. Além da viga de sacrifício, outras quatro vigas menores foram derrubadas.
Segundo os engenheiros, se houver outro acidente no local que rompa "uma única das vigas existentes", é "absolutamente possível que a ponte caia". No depoimento, eles disseram que outras duas batidas envolvendo caminhões já ocorreram no local.
Caso ocorra algum acidente, segundo o promotor Carlos Alberto Amin Filho, a CET poderá ser responsabilizada civil e criminalmente. "Isso é assustador. É importante que a cidade continue funcionando, mas, por outro lado, acredito que o risco dessa situação não vale a pena", disse.
Passam nos dois sentidos da Eusébio Matoso, nos períodos de pico, cerca de 7.000 veículos por hora, de acordo com a CET.


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