São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006

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Perereca do cerrado pode trazer cura para doença de Chagas

DA REVISTA DA FOLHA

Como qualquer perereca genérica, a Phyllomedusa oreades é verde e tem olhos saltados. Caçula de uma família com mais de 700 espécies, vive nas terras altas do Planalto Central e se destaca no gênero pelo colorido nos flancos do corpinho, forma da cabeça e vocalização.
Mas o que fez da criatura de 3 cm uma celebridade instantânea e um ícone contra a biopirataria foi a substância encontrada em sua pele: testes in vitro mostraram que ela mata o parasita causador da doença de Chagas, sem danificar outras células do sangue. "A Chagas não tem cura, e 4 milhões sofrem da doença no Brasil", lembra Reuber Brandão, pesquisador que descreveu a espécie, quatro anos atrás.
Doutor em ecologia pela UnB e analista do Ibama, ele explica que os anfíbios são importantes indicadores de qualidade dos ecossistemas e que passam por extinção em diversas partes do mundo. "O cerrado está sendo rapidamente convertido em monoculturas e pastagens. Estimativas calculam que, em menos de 30 anos, esse bioma não existirá mais, exceto em unidades de preservação."


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