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GERALDO DE CAMARGO VIDIGAL
(1921 - 2010)
Advogado, poeta e pracinha
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Liderar os estudantes da
Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP,
contra a ditadura de Vargas
teve um preço alto para Geraldo de Camargo Vidigal.
Entre os 25 mil pracinhas
convocados para lutar, em
1944, na Segunda Guerra
Mundial, havia oito alunos
do curso, entre eles Geraldo.
Nascido em São Paulo e
homem mais velho da uma
família de 12 irmãos, o pai o
achava frágil para guerra.
Antes de ir, foi se fortalecer
em Caxambu (MG), onde conheceu Elsie, filha do general Edgar Facó, muito próximo de Vargas. Os dois trocaram cartas durante a guerra.
Quando o pai soube que
Geraldo desarmaria minas
terrestres, não achou que ele
sobreviveria. Juntou poemas
dele e publicou o livro "Predestinação", o primeiro dos
quase 30 de Geraldo.
Voltou ao Brasil, formou-se em 46 e casou-se com Elsie
em 47. Saiu da igreja discutindo com o sogro, que convidou Vargas para cerimônia.
Foi a terceira das cinco gerações de advogados da família formados no largo São
Francisco a tocar o escritório,
fundado em 1893.
Foi professor da USP, presidente do Instituto dos Advogados de SP, conselheiro
da OAB e superintendente e
consultor geral da Febraban
(Federação Brasileira de
Bancos). Fundou e presidiu o
Serasa de 1968 até 1980.
Após a morte da mulher,
casou-se, em 89, com a escritora Mariazinha Congílio,
que conheceu na Academia
Paulista de Letras, onde ocupava a cadeira 24.
Morreu no domingo, aos
89, em Campinas. Deixa cinco filhos, dez netos e duas
bisnetas.
coluna.obituario@uol.com.br
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