São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2000

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Sistema baixou número de mortes

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de vítimas fatais em acidentes de trânsito teve redução após a implantação da fiscalização fotográfica para controlar a velocidade dos veículos na cidade de São Paulo.
Em 1996, quando ainda não havia radares nem lombadas eletrônicas, houve 2.245 mortes. Ou seja, mais de seis por dia. Em 1999, foram 1.683. Essa diminuição de 25% indica que, diariamente, mais de uma morte no trânsito deixou de acontecer.
No primeiro semestre de 1997, a capital registrou 1.303 vítimas fatais. No mesmo período deste ano, foram 880 -redução de 32,5%.
"Nos pontos onde há aparelhos, como nas marginais, a redução nos acidentes passou de 50%", afirma o engenheiro da CET Luiz de Carvalho Montans.
"Usada criteriosamente, a fiscalização eletrônica é um mecanismo eficaz para reduzir atos inseguros", diz o especialista Hugo Pietrantonio, professor da USP.
O presidente do Instituto de Segurança no Trânsito, David Duarte Lima, diz que a vantagem é a substituição do homem.
"Não dá para ter um guarda a cada esquina, mas dá para ter um equipamento a cada esquina. Há uma redução da velocidade onde há esse tipo de controle. E também há redução de acidentes."
Lima contesta, porém, a forma como essas multas estão sendo aplicadas. "Para que a multa tenha um caráter educativo, é preciso que o infrator conecte o seu comportamento errado à punição. O ideal seria que o motorista fosse abordado e notificado por um agente logo após cometer a infração. Com isso, a punição ganharia um caráter mais educativo. Aqui, o sujeito recebe a multa em casa, vinte dias depois."
Pietrantonio afirma que também haveria outras maneiras de controlar a velocidade e reduzir o número de mortes no trânsito. "Eu citaria a necessidade de melhorar os espaços para pedestres e a sua sinalização, o trabalho contínuo de monitoração e a correção de problemas de segurança viária, além de ações na melhoria do sistema judiciário e em educação para o trânsito", diz.
"O Estado achou que o novo Código de Trânsito Brasileiro era só para o cidadão. Ele também precisa fazer a sua parte", afirma o presidente do Instituto de Segurança no Trânsito.
Para o engenheiro Montans, "dentro dos recursos que recebe, a CET cumpre muito bem a sua parte". (AI)

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