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Brasil tem índice de acidente aéreo tido como baixo
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O especialista em segurança de vôo do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), Ronaldo Jenkins, afirma que
o país ainda é considerado
um dos mais seguros na
aviação comercial, com
número de acidentes abaixo da média mundial, de
1,2 por milhão de decolagens. Segundo dados da
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), a média de
acidentes no país é de 0,87
por milhão de decolagem.
Leia a entrevista.
FOLHA - Com o que já se sabe
até agora, que hipóteses explicam o acidente?
RONALDO JENKINS - Não temos hipóteses, duas aeronaves se chocaram em pleno vôo. Não temos informações liberadas ainda,
não se sabe se o acidente
ocorreu no nível do Boeing
ou do Legacy. A única coisa que sabemos é que não
há sobreviventes.
FOLHA - Há sinais de que o
avião sofreu queda vertical?
JENKINS - Queda vertical é
pura especulação. Provavelmente não caiu na vertical porque, pela fotografia divulgada, aparece a asa
inteira e o dorso.
FOLHA - Por que o avião não
explodiu depois de uma queda
como essa?
JENKINS - Não sabemos
ainda se o motor apagou
ou se tinha fonte de fogo.
Na hora do choque, o combustível pode ter vazado
pela abertura no avião,
mas os dados ainda não
são conclusivos.
FOLHA - O Brasil ainda é um
país seguro para voar?
JENKINS - O Brasil está
dentro dos padrões dos
melhores países do mundo em segurança de vôo.
Há quanto tempo não temos acidentes com mortes? Foi um choque para
todo mundo, mas a investigação vai revelar o que
houve. O país está abaixo
da média mundial, de 1,2
acidente por milhão de decolagem. O Brasil tem 0,87
acidente.
FOLHA - Quais são os próximos passos da investigação?
JENKINS - A investigação
está fazendo trabalho de
campo. Todos os dados
que vão coletar, como fotografia dos destroços do
Boeing, do Legacy, todas
as gravações, imagem de
radar do controle de tráfego e da parte de comunicações serão analisadas, assim como os gravadores de
dados de vôo e de voz do
Legacy e do Boeing. O depoimento do pessoal do
Legacy que sobreviveu é
uma peça importante.
FOLHA - Qual é a razão mais
freqüente para os acidentes
que ocorreram no país?
JENKINS - Falha humana.
O equipamento contribui
muito pouco.
FOLHA - O sr. trabalha no setor há 36 anos. O que diferencia o caso da Gol dos demais?
JENKINS - O que causa surpresa nessa história é a natureza do acidente. Um
acidente de choque de aeronaves no ar é uma coisa
inusitada, muito difícil. Já
ocorreram poucos no Brasil. Lembro de um na década de 1950 e outro no começo da década de 1980.
Esse tipo de acidente é como encontrar duas agulhas no palheiro, a natureza do acidente é inusitada.
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