São Paulo, quarta-feira, 03 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

3 alunos são condenados por invasão da Unesp

Ato teve participação de 120 estudantes; só 3 foram condenados a multa de R$ 1.000 cada

Condenação ocorre após reitor prometer que não daria seqüência na Justiça às acusações ao grupo; Unesp diz que irá avaliar a questão

DANIELLE CASTRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Três alunos da Unesp de Araraquara viraram réus e foram condenados em primeira instância pela Justiça por terem participado da invasão ao prédio da diretoria da FCL (Faculdade de Ciências e Letras) em junho, que durou oito dias e só terminou após ação da PM.
Os estudantes foram condenados a pagar R$ 1.000 cada um em processo cível aberto quando a universidade foi à Justiça pedir a reintegração de posse do prédio. A condenação ocorre mesmo após os estudantes terem recebido promessa do reitor Marcos Macari de que não seriam punidos pelo ato.
O acordo com o reitor, que foi a Araraquara, foi firmado após a retirada dos alunos do prédio e teve a intermediação do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), e a participação do diretor da FCL, Cláudio Gomide. No encontro, a Unesp prometeu aos estudantes que não daria seqüência a nenhuma denúncia contra eles na Justiça.
Embora cerca de 120 alunos tenham participado da invasão, o processo está em nome apenas dos três que teriam sido identificados pelo oficial de Justiça no ato da entrega do mandado de reintegração de posse -os demais foram incluídos no processo como "não-identificáveis". Os alunos Júlia Eid, 23, Lara Spoto, 24, e Tiago de Oliveira, 24, também foram condenados a pagar os honorários advocatícios do processo. Os três vão recorrer da decisão.
Para eles, que sofrem processo interno por participarem de manifestação no campus, em que quebraram e picharam caixas eletrônicos, no início deste ano, a Unesp os persegue.
"Fomos colocados como responsáveis tanto pela quebra dos bancos quanto pela ocupação. A diretoria [da FCL] entregou para a Justiça nossa ficha acadêmica, está no processo", disse Oliveira. A Unesp negou que tenha fornecido os dados e disse que o fato deles serem "conhecidos" pode ter ajudado na identificação.
A Unesp disse que o reitor havia colocado à disposição dos alunos o sistema jurídico da universidade, que não foi procurado. Diz ainda que estuda desistir da ação, mas antes quer avaliar os aspectos jurídicos da questão.


Texto Anterior: Com prótese na perna, Cláudia afirma levar uma vida normal
Próximo Texto: Educação: USP ainda não concluiu processo sobre invasão de reitoria
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.