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3 alunos são condenados por invasão da Unesp
Ato teve participação de 120 estudantes; só 3 foram condenados a multa de R$ 1.000 cada
Condenação ocorre após reitor prometer que não daria seqüência na Justiça às acusações ao grupo; Unesp diz que irá avaliar a questão
DANIELLE CASTRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Três alunos da Unesp de Araraquara viraram réus e foram
condenados em primeira instância pela Justiça por terem
participado da invasão ao prédio da diretoria da FCL (Faculdade de Ciências e Letras) em
junho, que durou oito dias e só
terminou após ação da PM.
Os estudantes foram condenados a pagar R$ 1.000 cada um
em processo cível aberto quando a universidade foi à Justiça
pedir a reintegração de posse
do prédio. A condenação ocorre
mesmo após os estudantes terem recebido promessa do reitor Marcos Macari de que não
seriam punidos pelo ato.
O acordo com o reitor, que foi
a Araraquara, foi firmado após
a retirada dos alunos do prédio
e teve a intermediação do prefeito de Araraquara, Edinho
Silva (PT), e a participação do
diretor da FCL, Cláudio Gomide. No encontro, a Unesp prometeu aos estudantes que não
daria seqüência a nenhuma denúncia contra eles na Justiça.
Embora cerca de 120 alunos
tenham participado da invasão,
o processo está em nome apenas dos três que teriam sido
identificados pelo oficial de
Justiça no ato da entrega do
mandado de reintegração de
posse -os demais foram incluídos no processo como "não-identificáveis". Os alunos Júlia
Eid, 23, Lara Spoto, 24, e Tiago
de Oliveira, 24, também foram
condenados a pagar os honorários advocatícios do processo.
Os três vão recorrer da decisão.
Para eles, que sofrem processo interno por participarem de
manifestação no campus, em
que quebraram e picharam caixas eletrônicos, no início deste
ano, a Unesp os persegue.
"Fomos colocados como responsáveis tanto pela quebra
dos bancos quanto pela ocupação. A diretoria [da FCL] entregou para a Justiça nossa ficha
acadêmica, está no processo",
disse Oliveira. A Unesp negou
que tenha fornecido os dados e
disse que o fato deles serem
"conhecidos" pode ter ajudado
na identificação.
A Unesp disse que o reitor
havia colocado à disposição dos
alunos o sistema jurídico da
universidade, que não foi procurado. Diz ainda que estuda
desistir da ação, mas antes quer
avaliar os aspectos jurídicos da
questão.
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