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USP terá cursos de graduação a distância
Programa deve ser implantado no próximo ano e prevê que USP, Unicamp e Unesp criem 6.600 vagas, sendo 5.000 de pedagogia
1º módulo do programa terá cursos para ampliar a oferta de vagas na formação de professor em áreas como física, química e biologia
Rodrigo Paiva - 14.fev.07/Folha Imagem
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Gladys Gutierrez, que no ano passado fazia pedagogia a distância
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um programa que envolve o
governo de São Paulo e as três
universidades estaduais paulistas -USP, Unesp e Unicamp-
pretende criar um sistema de
ensino superior de graduação a
distância, com ênfase na pedagogia, que prevê a abertura de
6.600 vagas já em 2009.
Segundo o secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt, está
definida a abertura de 5.000 vagas no curso de pedagogia, da
Unesp, 700 de licenciatura em
biologia e outras 900 de licenciatura em ciências, na estrutura da USP. Esses números ainda podem sofrer mudanças.
O primeiro módulo do programa, conforme o plano, terá
cursos de graduação para ampliar a oferta de vagas na formação de professores em áreas
básicas, como línguas, física,
química e biologia. Somente na
rede estadual de São Paulo, há
25 mil professores sem diploma superior -10% do total.
O detalhamento do programa, chamado Univesp (Universidade Virtual do Estado de São
Paulo), vem sendo discutido
desde 2007 por governo, universidades e outras instituições
associadas, como a Fapesp e a
Fundação Padre Anchieta,
mantenedora da TV Cultura.
O governador José Serra
(PSDB) disse que o projeto é
"fundamental". "É um instrumento novo, com um potencial
grande, e nós temos que aprender, cada vez mais, a aproveitá-lo. Vai ser muito importante no
ensino direto para os alunos, na
formação de professores para
complementar a sua formação
universitária, na sua reciclagem continuada", disse.
Depois, o governo pretende
expandir a Univesp para o sistema de gestão de ensino (cursos de capacitação oferecidos
hoje pela rede estadual), além
de cursos de especialização e de
mestrado e doutorado.
A idéia, afirma Vogt, é criar
uma rede virtual de ensino superior chancelada pelo prestígio acadêmico das estaduais.
Por meio da rede, o aluno poderá receber aulas, consultar
uma biblioteca virtual e acompanhar pela TV o material de
apoio pedagógico. O restante
do programa pouco difere do
ensino tradicional, com provas,
aulas presenciais etc.
"Teremos um canal aberto
24 horas que repetirá a programação a cada oito horas", afirma o secretário Vogt. A grade
curricular ficará a cargo das
universidades.
O projeto prevê ainda bibliotecas e o uso da rede de unidades de ensino para as aulas presenciais -esse sistema, de
acordo com o projeto, terá ao
menos 70 pontos espalhados
pelo Estado.
Instituto na USP
Na USP, a implantação dos
cursos a distância de biologia e
de ciências depende de aprovação de comissões internas.
Segundo Gil da Costa Marques, presidente da comissão
na USP que debate o tema, outros institutos, como o de física,
química e matemática, também foram procurados para
propor a criação de cursos, mas
a discussão ainda está no começo. "A idéia é instalar laboratórios em carretas, que seriam levadas de um pólo a outro. Os
pólos seriam os campi da USP,
na capital e no interior."
A USP também estuda a criação do IAE (Instituto de Aprendizado Eletrônico), que já está
em estágio avançado. A Folha
teve acesso ao projeto, que ainda falta ser votado no Conselho
Universitário. De acordo com o
documento, elaborado por
uma comissão formada em dezembro de 2007, o IAE vai permitir a criação de uma diretriz
de ensino eletrônico e ampliar
a oferta desse mecanismo.
Segundo Marques, o instituto daria suporte à Univesp e
também coordenaria o uso de
recursos tecnológicos nos cursos presenciais, dando suporte
operacional, pedagógico e à
produção do material didático.
O plano do IAE prevê cinco
docentes e um corpo técnico,
com custo anual de R$ 1,19 milhão -0,05% do orçamento da
USP, de R$ 2,3 bilhões.
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