DA REPORTAGEM LOCAL

No próximo dia 23 de dezembro, antevéspera de Natal, o desaparecimento de Fabiane completa nove anos. Ela sumiu a 120 metros da sua casa, em Pirituba (zona oeste de São Paulo), às 20h45, quando voltava da casa de uma amiga. Tinha na época 14 anos.
Desde então, a mãe da garota, Ivanise Esperidião da Silva, vive numa eterna busca. Já perdeu as contas de quantas viagens fez atrás de pistas, todas elas até agora falsas. Na última, há três meses, já estava com as malas prontas para ir a Salvador (BA) quando soube que se tratava de um trote.
Mais uma frustração foi a gota d'água para o pai da menina ter um ataque cardíaco. Um dia após o trote, ele ganhou pontes de safena e um marca-passo.
Há um ano, o coração de Ivanise também não agüentou: ela sofreu um infarto e ficou dois dias na UTI. "Não tive medo de morrer. Só tive medo de morrer sem ter encontrado minha filha. Há nove anos que não tenho Natal, aniversário, Dia das Mães. Minha vida está em suspenso", diz ela, que tem outra filha, de 21 anos. Ainda assim, Ivanise teve forças para cursar direito e criar a ABCD (www.maesdase.org.br), que, em oito anos, ajudou a achar 1.200 crianças desaparecidas.


Texto Anterior: Projeto oferece apoio psicológico às famílias
Próximo Texto: Mortes
Índice