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DIA DE FINADOS
Manifestantes foram do Jardim Ângela, um dos bairros mais violentos da capital, até o cemitério São Luís
Caminhada pela paz reúne 3.000 pessoas na zona sul de SP
DO "AGORA"
O Dia de Finados foi usado para
celebrar a vida no Jardim Ângela,
bairro da zona sul de São Paulo,
uma das regiões mais violentas da
capital paulista. Participantes da
Caminhada pela Vida e Paz em
Favor do Desarmamento marcharam cerca de cinco quilômetros até o cemitério São Luís, onde
foi aberto um posto para a entrega
de armas de fogo.
O evento, em sua nona edição, é
organizado pelo Fórum em Defesa da Vida, que reúne ONGs (organizações não-governamentais)
envolvidas no trabalho de prevenção e combate à violência.
A passeata de ontem atraiu
3.000 pessoas, segundo a PM
-um quinto do número esperado pelos organizadores.
No posto da Guarda Civil Municipal que fica ao lado do cemitério, foi aberto um ponto para o recebimento de armas de fogo, que
vai funcionar até o próximo dia 22
de dezembro.
O cemitério São Luís foi escolhido para a passeata por abrigar várias vítimas da violência. "É o cemitério no Brasil com o maior número de mortos por armas de fogo, e o terceiro na América Latina", explicou o padre Jaime Crowe, da paróquia Santos Mártires,
que faz parte do fórum.
Os jovens, segundo o padre, são
os mais atingidos. "A maioria das
vítimas de violência tem entre 13 e
24 anos", diz.
Passeata
Vestindo roupas brancas e carregando cruzes com o slogan
"amar é desarmar", grupos de
manifestantes saíram às 8h de três
praças diferentes e se encontraram perto do cemitério.
Sobre um palanque branco, a
partir das 10h, os participantes do
evento fizeram uma cerimônia
em defesa da paz.
Durante uma hora, os manifestantes leram poesias, cantaram
hinos e gritaram palavras de ordem, como "queremos vida, não
morte". Houve distribuição de
flores e velas.
Três meninas com flores no cabelo usaram corações e sóis de
cartolina para ilustrar a leitura do
poema "O Estatuto do Homem",
de Thiago de Mello.
No final, moradores da região
cobriram três cruzes brancas com
fitas, também brancas, em que escreveram os nomes de parentes
mortos, vítimas da violência. A
cerimônia foi seguida por uma
missa.
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