São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DIA DE FINADOS

Manifestantes foram do Jardim Ângela, um dos bairros mais violentos da capital, até o cemitério São Luís

Caminhada pela paz reúne 3.000 pessoas na zona sul de SP

DO "AGORA"

O Dia de Finados foi usado para celebrar a vida no Jardim Ângela, bairro da zona sul de São Paulo, uma das regiões mais violentas da capital paulista. Participantes da Caminhada pela Vida e Paz em Favor do Desarmamento marcharam cerca de cinco quilômetros até o cemitério São Luís, onde foi aberto um posto para a entrega de armas de fogo.
O evento, em sua nona edição, é organizado pelo Fórum em Defesa da Vida, que reúne ONGs (organizações não-governamentais) envolvidas no trabalho de prevenção e combate à violência.
A passeata de ontem atraiu 3.000 pessoas, segundo a PM -um quinto do número esperado pelos organizadores.
No posto da Guarda Civil Municipal que fica ao lado do cemitério, foi aberto um ponto para o recebimento de armas de fogo, que vai funcionar até o próximo dia 22 de dezembro.
O cemitério São Luís foi escolhido para a passeata por abrigar várias vítimas da violência. "É o cemitério no Brasil com o maior número de mortos por armas de fogo, e o terceiro na América Latina", explicou o padre Jaime Crowe, da paróquia Santos Mártires, que faz parte do fórum.
Os jovens, segundo o padre, são os mais atingidos. "A maioria das vítimas de violência tem entre 13 e 24 anos", diz.

Passeata
Vestindo roupas brancas e carregando cruzes com o slogan "amar é desarmar", grupos de manifestantes saíram às 8h de três praças diferentes e se encontraram perto do cemitério.
Sobre um palanque branco, a partir das 10h, os participantes do evento fizeram uma cerimônia em defesa da paz.
Durante uma hora, os manifestantes leram poesias, cantaram hinos e gritaram palavras de ordem, como "queremos vida, não morte". Houve distribuição de flores e velas.
Três meninas com flores no cabelo usaram corações e sóis de cartolina para ilustrar a leitura do poema "O Estatuto do Homem", de Thiago de Mello.
No final, moradores da região cobriram três cruzes brancas com fitas, também brancas, em que escreveram os nomes de parentes mortos, vítimas da violência. A cerimônia foi seguida por uma missa.


Texto Anterior: Acidente: Motorista perde controle e carro cai no rio Tietê
Próximo Texto: SP cancela 792 concessões de túmulo em 2004
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.