São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006

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Ministro avalia gratificação a controladores

Waldir Pires, da Defesa, também discute a criação de uma carreira para esses funcionários e a desmilitarização do setor

Presidente do sindicato dos controladores de vôo disse que o sistema de tráfego aéreo ontem "poderia ter entrado em colapso"


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Defesa, Waldir Pires, anunciou ontem que o governo está fazendo estudos para criar uma carreira de controladores de vôo e a concessão de uma gratificação especial para a categoria, além de discutir a desmilitarização da área.
Pires e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, fizeram uma videoconferência ontem, a partir de Brasília, com associações e sindicatos dos controladores, que estão fazendo uma operação-padrão e gerando um caos nos aeroportos brasileiros.
O ministro da Defesa disse que está aberto às "aspirações" dos controladores.
Pires também se reuniu com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, com o presidente da Infraero (responsável pela infra-estrutura aeroportuária), brigadeiro José Carlos Pereira, e o presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, a reunião por videoconferência ajudou a amenizar a crise envolvendo o setor. Ele disse que o sistema de controle de tráfego aéreo "poderia ter entrado em colapso" ontem caso não se chegasse a um acordo com o ministério da Defesa e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre a decisão do Comando da Aeronáutica de "aquartelar" controladores de vôos.
Segundo Botelho, a criação de uma carreira "típica de Estado" para a função de controlador de vôo ficou acertada . Ele também afirmou que houve a promessa de que a carreira sairia do controle das Forças Armadas e passaria a ser uma profissão exclusivamente civil.
Hoje, existem controladores de vôos ligados ao Comando da Aeronáutica e à Infraero -nesse caso, há civis e militares. Na videoconferência de ontem, diz, não foi discutido um eventual reajuste de salário para a categoria, um dos principais pleitos dos controladores.
Somente fora do comando da Aeronáutica, afirma, a categoria terá autonomia e liberdade para reivindicar melhores condições de trabalho.

Mais tempo em solo
Botelho afirmou que não existe uma operação-padrão em andamento -que estaria sendo feita a partir da redução do número de vôos controlados por cada operador a, no máximo, 14 simultaneamente.
O que ocorreu, diz, é que os controladores estão "segurando" as aeronaves por mais tempo no chão. "Seguramos um pouco mais o avião no solo por uma questão de segurança."
Os problemas ocorridos ontem já estão sendo equacionados, segundo Botelho.


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