São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006

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Para especialista, governo federal adotará apenas ações paliativas

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Considerado uma das maiores autoridades em controle de tráfego aéreo do Brasil, o engenheiro Eno Siewerdt, 52, declara que o governo federal não está realmente preocupado em resolver o problema que afeta a aviação no país.
De acordo com ele, mais uma vez, o Brasil vai "adotar apenas medidas paliativas para melhorar o fluxo dos aviões em todos os aeroportos apenas nos próximos dias".
Depois que a atual crise passar, prevê Siewerdt -ex-instrutor da Academia da FAB (Força Aérea Brasileira)-, o problema do controle do tráfego aéreo voltará a afetar o Brasil e poucas mudanças efetivas serão adotadas nos métodos e nas condições de trabalho dos controladores de vôo -profissionais responsáveis por monitorar aeronaves.
"Não adianta o governo achar que vai resolver tudo reconvocando ex-profissionais para os postos. Também é preciso pensar em soluções que sejam adotadas de acordo com a demanda do mercado aéreo", afirma o engenheiro.
Para Siewerdt, os cerca de 2.700 controladores de vôo do país (entre militares e civis) deveriam ter sua mão-de-obra utilizada de maneira mais racional pelas autoridades.
"Se colocassem os controladores para trabalhar nos horários de pico, assim como acontece no trânsito, os problemas diminuiriam. Falta racionalização por parte de quem comanda. Em alguns casos, o controlador não sai do posto nem para ir ao banheiro. Hoje, por conta do acidente com o Boeing da Gol, todo controlador de vôo trabalha em clima de velório", disse Siewerdt.


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