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Para especialista, governo federal adotará apenas ações paliativas
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Considerado uma das maiores autoridades em controle de
tráfego aéreo do Brasil, o engenheiro Eno Siewerdt, 52, declara que o governo federal não está realmente preocupado em
resolver o problema que afeta a
aviação no país.
De acordo com ele, mais uma
vez, o Brasil vai "adotar apenas
medidas paliativas para melhorar o fluxo dos aviões em todos
os aeroportos apenas nos próximos dias".
Depois que a atual crise passar, prevê Siewerdt -ex-instrutor da Academia da FAB
(Força Aérea Brasileira)-, o
problema do controle do tráfego aéreo voltará a afetar o Brasil e poucas mudanças efetivas
serão adotadas nos métodos e
nas condições de trabalho dos
controladores de vôo -profissionais responsáveis por monitorar aeronaves.
"Não adianta o governo
achar que vai resolver tudo reconvocando ex-profissionais
para os postos. Também é preciso pensar em soluções que sejam adotadas de acordo com a
demanda do mercado aéreo",
afirma o engenheiro.
Para Siewerdt, os cerca de
2.700 controladores de vôo do
país (entre militares e civis) deveriam ter sua mão-de-obra
utilizada de maneira mais racional pelas autoridades.
"Se colocassem os controladores para trabalhar nos horários de pico, assim como acontece no trânsito, os problemas
diminuiriam. Falta racionalização por parte de quem comanda. Em alguns casos, o controlador não sai do posto nem para
ir ao banheiro. Hoje, por conta
do acidente com o Boeing da
Gol, todo controlador de vôo
trabalha em clima de velório",
disse Siewerdt.
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