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Após 12 anos, SP vai ter "respiro" no trânsito
Pacote de obras a ser entregue em março, num gasto total de R$ 9,8 bi, deve melhorar circulação pela 1ª vez desde o início do rodízio
Serão entregues o trecho sul do Rodoanel, as novas pistas da marginal, a extensão
da avenida Jacu-Pêssego
e a ampliação do metrô
Joel Silva/Folha Imagem
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Obras do trecho sul do Rodoanel na interligação com a rodovia dos Imigrantes, em São Paulo; em março será inaugurado pacote de intervenções para melhorar trânsito
EVANDRO SPINELLI
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Trecho sul do Rodoanel. Novas pistas da marginal Tietê.
Extensão da av. Jacu-Pêssego.
Primeira fase da linha 4-amarela do metrô. Extensão da linha 2-verde do metrô até Vila
Prudente. Ampliação das restrições aos caminhões.
Esse é o "pacote de março"
que a Prefeitura de São Paulo e
o governo do Estado estão preparando e que deverá produzir
o maior impacto positivo no
trânsito da cidade desde a implantação do rodízio de veículos, em outubro de 1997.
O conjunto de intervenções
(R$ 9,8 bilhões) vai tirar caminhões das ruas, aumentar a velocidade do tráfego em vias importantes e melhorar a estrutura do transporte coletivo.
Todas as obras têm previsão
de entrega quase simultânea,
em março, quando vence o prazo para o governador José Serra (PSDB) deixar o cargo se for
candidato a presidente. O prefeito Gilberto Kassab (DEM),
aliado de Serra, diz que as obras
trarão a São Paulo "uma transformação extraordinária".
É verdade, apontam especialistas, mas: 1) o impacto será
positivo, mas localizado e não
imediato; 2) as intervenções
são importantes, mas estão décadas atrasadas; e 3) o "prazo
de validade" das obras é curto e
será necessário manter o investimento pelos próximos anos.
A diferença entre o "pacote
de março" e a implantação do
rodízio é que o impacto ocorrerá nas regiões onde são feitas as
obras. Em 1997, a melhoria foi
sentida em todo o centro expandido, com a retirada imediata das ruas de 10% a 20% dos
veículos nos horários de pico.
Migração
Os maiores benefícios serão
para a região da marginal Pinheiros e av. dos Bandeirantes,
caminho obrigatório de quem
vai e volta do interior do Estado
para o porto de Santos.
O trecho sul do Rodoanel
abrirá um novo caminho para o
sistema Anchieta-Imigrantes,
que liga São Paulo à Baixada
Santista.
O secretário dos Transportes, Mauro Arce, estima que
40% a 50% dos cerca de 1 milhão de caminhões que passam
mensalmente por São Paulo
em direção ao porto serão desviados para o Rodoanel.
A prefeitura já anunciou que
vai "estimular" essa migração
proibindo caminhões na av. dos
Bandeirantes e, em certos horários, também nas marginais.
A extensão da av. Jacu-Pêssego vai ligar as rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna ao
novo trecho do Rodoanel em
Mauá. Assim, caminhões que
hoje circulam pela marginal
Tietê e por avenidas como Salim Farah Maluf e do Estado
rumo a Santos também devem
migrar para o novo caminho.
Na marginal Tietê, o governo
pretende aumentar em 35% a
velocidade média dos carros
com três novas faixas. E as novas estações de metrô devem tirar carros e ônibus das ruas.
Impactos localizados
"Haverá um choque de bem-estar", afirma Bernardo Alvim,
consultor em transportes. "Essas obras vão estancar a piora
do trânsito. A coisa vai continuar ruim, mas não vai piorar
mais", diz Jaime Waisman,
professor da USP.
"Esse milagre terá efeitos positivos localizados", crê Horácio Augusto Figueira, consultor
em engenharia de tráfego.
Para os três, é preciso continuar a investir em infraestrutura. Os trechos leste e norte do
Rodoanel, o ferroanel e novas
linhas de metrô são as medidas
mais citadas.
O secretário concorda que,
isoladamente, as obras não resolvem os problemas do trânsito, mas que o conjunto delas terá impacto significativo.
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