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Major foge de blitz da lei seca e é detido
Após se recusar a passar por bafômetro no Rio, de acordo com a polícia, oficial da PM teria apontado arma para tenente
O oficial já foi condenado criminalmente duas vezes a detenção em regime aberto, por atitudes do gênero quando estava de folga
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O major da Polícia Militar do
Rio de Janeiro Fernando Corrêa de Oliveira foi detido na
madrugada de domingo, em
blitz da lei seca, em Niterói,
após se recusar a fazer exame
de bafômetro, apontar a arma
para um tenente e tentar fugir,
de acordo com a versão divulgada pela polícia.
A Polícia Militar vai iniciar
hoje a investigação sobre o caso, mas a assessoria de imprensa da corporação informou que
o oficial já deixou de ser nomeado para uma função que
ocuparia. Ele já estava lotado
no Departamento Geral de Pessoal da corporação, conhecido
como "geladeira".
O major, sem farda, teria discutido com o tenente que participava da ação. Segundo a PM,
ele o chamou de "um merda" e
de "moleque fedendo a leite",
antes de sacar sua pistola e
apontá-la para a cabeça do policial. Em seguida, de acordo com
a polícia, o major tentou fugir,
mas foi detido e levado para a
77ª Delegacia de Polícia (Icaraí). Após o incidente, ele foi liberado.
Autuação
O major Oliveira foi autuado
por desacato, arruaça e desobediência e vai ser alvo de inquérito policial militar, administrativo. Sua carteira de motorista e o seu carro Honda Civic
foram apreendidos. Ele foi
multado em R$ 957,50.
A Folha tentou localizar ontem o major Oliveira ou seus
representantes legais para comentarem o assunto, mas não
conseguiu.
Condenações
O oficial da Polícia Militar já
foi condenado criminalmente
duas vezes a detenção em regime aberto por atitudes do gênero quando estava de folga.
No primeiro episódio, segundo a polícia, ele ameaçou com
arma três funcionários de um
ferro-velho em São Gonçalo
(Grande Rio) que se negaram a
lhe vender peças separadamente e lhes deu voz de prisão.
Interdição
Fernando Oliveira teria "interditado" o local e os teria
mantido presos por três horas.
Quando policiais civis chegaram, avisados por vizinhos, ele
teria disparado tiros contra o
carro da polícia, furando os
pneus do veículo.
De acordo com a polícia, o
major Oliveira teria chamado
policiais de "ladrões" e outro de
"delegado de merda", na ocasião. Na delegacia, ainda segundo a versão da polícia, ele teria
danificado o vidro da sala a cabeçadas.
O oficial da Polícia Militar foi
condenado em primeira instância por abuso de autoridade,
dano de carro policial, dano de
delegacia policial e desacato,
mas o Tribunal de Justiça do
Estado o absolveu do abuso de
autoridade e do desacato.
Discussão
No outro caso, também de
folga, o major chamou de "soldado de merda" uma policial
que operava o 190. Ele havia telefonado para o número de
emergência e solicitado o envio
de patrulha a um local. Irritado
com a soldado Alessandra, invadiu o centro de operações
sem se apresentar ao comandante e a teria ofendido.
Formado em direito, o oficial
é autor de coletânea de legislação sobre "procedimentos policiais militares", que ensina, entre outras coisas, sobre "poder
de polícia", "perturbação do
sossego alheio", "prisão de militares" e a "lei do abuso de autoridade".
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