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Um a cada quatro sacos de lixo vai para local impróprio
Problema ambiental com resíduos ainda é crônico no Estado mais rico do país
Dados são de associação
de empresas coletoras de lixo; agência estatal paulista vê avanço na destinação dos detritos
EDUARDO GERAQUE
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
Enquanto as discussões
mais avançadas sobre a destinação do lixo se concentram na reciclagem, São Paulo, o Estado mais rico do país,
ainda é obrigado a lidar com
um problema bem mais arcaico: os lixões a céu aberto.
De cada quatro sacos de lixo residencial coletados pelos serviços oficiais, um vai
parar em local inadequado,
segundo dados da Abrelpe
(Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).
Além dos lixões, vários
aterros precários espalhados
pelo Estado contaminam o
ambiente e são fonte de risco
à saúde da população.
São 11.800 toneladas de
resíduos ao dia que não recebem o tratamento devido, diz
o estudo da associação. O valor representa 24,9% das
49.323 toneladas coletadas
todos os dias nas residências.
"Existem problemas graves inclusive na Grande São
Paulo", afirma Carlos Silva,
diretor-executivo da instituição, que reúne várias empresas do setor de limpeza.
OUTROS CRITÉRIOS
Diferentemente da Abrelpe, que divide depósitos em
adequados e inadequados, a
Cetesb, empresa ambiental
paulista, adota três classificações: aterros adequados,
controlados e inadequados.
Dos 645 municípios paulistas, 65,9%, têm aterros
adequados, 1% tem inadequado e o restante está em situação controlada.
Na região metropolitana,
segundo esses critérios, existem seis aterros controlados.
Outros cinco são adequados.
Controlado quer dizer que
o depósito está melhorando,
mas ainda degrada o meio
ambiente. É caso do aterro
Pajoan, em Itaquaquecetuba. Apesar da indicação oficial de que está melhorando,
o local ainda é um problema
crônico da Grande São Paulo.
Desde 2007, ele tem funcionado a base de licenças
precárias dadas pela Cetesb
-procedimento considerado
"normal" pela instituição.
Os donos do grupo que administram o local dizem que
respeitam todas as normas e
que o aterro não causa riscos.
O depósito, porém, está esgotado. Há um projeto da
construção de outro ao lado.
Os planos são contestados
pelo Ministério da Defesa,
que diz que o local está dentro da área de segurança do
aeroporto de Cumbica, onde
não é permitido existir nenhuma atividade que seja foco de atração de pássaros.
A própria Cetesb diz que
há registros frequentes de
urubus e gaivotas na área do
aterro. Os gestores do Pajoan, porém, dizem não haver prejuízo ao tráfego aéreo.
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