São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2010

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FOCO

Sinagoga nos Jardins terá eventos e curso de cinema

RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com data marcada para abrir as portas -dezembro de 2011-, a sinagoga Ohel Yaacov, cuja construção é financiada por Silvio Santos, promete extrapolar sua função religiosa e oferecer aos moradores dos Jardins também eventos culturais e cursos de cinema e música.
Agora na nobre área paulistana, a Ohel Yaacov funcionou de 1929 até 2003 na rua da Abolição, no centro.
"As pessoas tinham medo de ir aos encontros, porque o centro está violento. Além disso, a comunidade judaica já tinha migrado para a zona sul", diz Abramo Doueck, vice-presidente da sinagoga.
Para reaproximar o público do projeto da nova sinagoga, o rabino Samy Pinto passou a fazer visitas às casas das famílias.
O prédio original da Ohel Yaacov foi demolido em 2003 depois que o dono do SBT comprou o imóvel. "Ele adquiriu o espaço por um valor simbólico e ainda nos ajudou na aquisição do novo local", afirma Doueck.
À época, a ideia de Silvio Santos era construir ali empreendimentos comerciais.
A proposta, no entanto, causou polêmica com o diretor José Celso Martinez Corrêa, líder do Teatro Oficina -que fica ao lado do terreno.
Em junho deste ano, o Teatro Oficina foi tombado pelo patrimônio histórico federal, o que permite a ampliação da área protegida no entorno.
Na antiga sinagoga, Silvio Santos tinha uma cadeira com seu nome, Abravanel, uma tradição entre colaboradores financeiros do local.
"Mas, na ausência dele, qualquer um pode sentar ali", diz o vice-presidente.

TRADIÇÃO
A Ohel Yaacov é a primeira sinagoga sefaradita do Brasil, cujo público alvo é formado por judeus vindos do Oriente Médio, da África e da Península Ibérica.
No novo espaço, apesar do complexo educacional e cultural, os maiores cuidados são voltados às duas sinagogas para reza judaica: a principal, com 580 lugares, e a de reza diária, para 100 pessoas.
Da antiga sinagoga, apenas seis vitrais serão mantidos. Eles passam por restauro completo sob responsabilidade do mesmo ateliê que os criou.
"Nosso ateliê existe desde 1888 e, como criamos esses vitrais, temos as peças que precisarão ser trocadas", conta a proprietária, que não quis se identificar por preferir não aparecer na mídia.


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