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FOCO
Sinagoga nos Jardins terá eventos e curso de cinema
RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com data marcada para
abrir as portas -dezembro
de 2011-, a sinagoga Ohel
Yaacov, cuja construção é financiada por Silvio Santos,
promete extrapolar sua função religiosa e oferecer aos
moradores dos Jardins também eventos culturais e cursos de cinema e música.
Agora na nobre área paulistana, a Ohel Yaacov funcionou de 1929 até 2003 na
rua da Abolição, no centro.
"As pessoas tinham medo
de ir aos encontros, porque o
centro está violento. Além
disso, a comunidade judaica
já tinha migrado para a zona
sul", diz Abramo Doueck, vice-presidente da sinagoga.
Para reaproximar o público do projeto da nova sinagoga, o rabino Samy Pinto passou a fazer visitas às casas
das famílias.
O prédio original da Ohel
Yaacov foi demolido em 2003
depois que o dono do SBT
comprou o imóvel. "Ele adquiriu o espaço por um valor
simbólico e ainda nos ajudou
na aquisição do novo local",
afirma Doueck.
À época, a ideia de Silvio
Santos era construir ali empreendimentos comerciais.
A proposta, no entanto,
causou polêmica com o diretor José Celso Martinez Corrêa, líder do Teatro Oficina
-que fica ao lado do terreno.
Em junho deste ano, o Teatro Oficina foi tombado pelo
patrimônio histórico federal,
o que permite a ampliação da
área protegida no entorno.
Na antiga sinagoga, Silvio
Santos tinha uma cadeira
com seu nome, Abravanel,
uma tradição entre colaboradores financeiros do local.
"Mas, na ausência dele,
qualquer um pode sentar
ali", diz o vice-presidente.
TRADIÇÃO
A Ohel Yaacov é a primeira
sinagoga sefaradita do Brasil, cujo público alvo é formado por judeus vindos do
Oriente Médio, da África e da
Península Ibérica.
No novo espaço, apesar do
complexo educacional e cultural, os maiores cuidados
são voltados às duas sinagogas para reza judaica: a principal, com 580 lugares, e a de
reza diária, para 100 pessoas.
Da antiga sinagoga, apenas seis vitrais serão mantidos. Eles passam por restauro completo sob responsabilidade do mesmo ateliê que
os criou.
"Nosso ateliê existe desde
1888 e, como criamos esses
vitrais, temos as peças que
precisarão ser trocadas",
conta a proprietária, que não
quis se identificar por preferir não aparecer na mídia.
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