São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2010

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Após polêmica, parque libera biquíni

Veto a churrasco e bebida alcoólica também foi retirado de regulamento do Buenos Aires, em Higienópolis

Novas regras saíram dois dias após a Folha divulgar que mulher foi proibida de ficar no local usando o traje

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
MARIA PAULA AUTRAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tomar sol de biquíni ou de sunga no parque pode? E tomar uma cervejinha? Fazer churrasco? E pedir esmola?
Tudo isso era proibido no parque Buenos Aires, em Higienópolis, um dos bairros mais nobres de São Paulo. Mas as proibições caíram neste fim de semana.
No sábado, o "Diário Oficial" da Cidade publicou uma portaria do secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, com o novo regulamento do parque. O documento é muito mais liberal que o antigo, de 2002.
Na regulamentação anterior, a lista de proibições tinha 35 itens. Na nova, apenas oito. Por exemplo, o item 17, que proibia aos usuários "tomar sol de biquíni ou sunga" desapareceu. Como sumiu o item 3, que proibia a entrada ou permanência de "pessoas alcoolizadas ou que estejam consumindo álcool".
"Pedir esmolas" e "uso de churrasqueiras, fogueiras ou qualquer tipo de fogareiro", que também eram listados como itens proibidos, agora não estão mais.
Andar de patins, skate e patinete: o que antes era proibido, ficou apenas não recomendável. Assim como são práticas recomendáveis "manter cães e gatos com suas coleiras" e "recolher as fezes dos animais".
A portaria saiu dois dias após uma polêmica no parque: o uso do biquíni.
Tudo começou quando Marilia Balbi, 58, foi proibida pelos seguranças de usar biquíni no parque, como a Folha revelou na quinta-feira.
Em depoimento à Folha, ela afirmou ter sofrido "intimidação pública lamentável e preconceituosa".
A polêmica continua. Há quem seja contra, outros a favor do uso. A estudante Ana Carolina Maldonado, 23, defende o bom-senso.
"Não adianta vir com fio dental. Se ela tiver bom-senso e ficar bonitinha ali escondidinha, não tem problema. Agora, se ela vier com fio dental, eu acho constrangedor porque eu não sou assim", defende.
O médico Carlos Eduardo Rabaça, 63, é contra a liberação do biquíni. "Acho que fica melhor no litoral, e aqui é mais próprio para ter respeito pelas pessoas."


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