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Após polêmica, parque libera biquíni
Veto a churrasco e bebida alcoólica também foi retirado de regulamento do Buenos Aires, em Higienópolis
Novas regras saíram dois dias após a Folha divulgar que mulher foi proibida de ficar no local usando o traje
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
MARIA PAULA AUTRAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Tomar sol de biquíni ou de
sunga no parque pode? E tomar uma cervejinha? Fazer
churrasco? E pedir esmola?
Tudo isso era proibido no
parque Buenos Aires, em Higienópolis, um dos bairros
mais nobres de São Paulo.
Mas as proibições caíram
neste fim de semana.
No sábado, o "Diário Oficial" da Cidade publicou
uma portaria do secretário do
Verde e Meio Ambiente,
Eduardo Jorge, com o novo
regulamento do parque. O
documento é muito mais liberal que o antigo, de 2002.
Na regulamentação anterior, a lista de proibições tinha 35 itens. Na nova, apenas oito. Por exemplo, o item
17, que proibia aos usuários
"tomar sol de biquíni ou sunga" desapareceu. Como sumiu o item 3, que proibia a
entrada ou permanência de
"pessoas alcoolizadas ou que
estejam consumindo álcool".
"Pedir esmolas" e "uso de
churrasqueiras, fogueiras ou
qualquer tipo de fogareiro",
que também eram listados
como itens proibidos, agora
não estão mais.
Andar de patins, skate e
patinete: o que antes era
proibido, ficou apenas não
recomendável. Assim como
são práticas recomendáveis
"manter cães e gatos com
suas coleiras" e "recolher as
fezes dos animais".
A portaria saiu dois dias
após uma polêmica no parque: o uso do biquíni.
Tudo começou quando
Marilia Balbi, 58, foi proibida
pelos seguranças de usar biquíni no parque, como a Folha revelou na quinta-feira.
Em depoimento à Folha,
ela afirmou ter sofrido "intimidação pública lamentável
e preconceituosa".
A polêmica continua. Há
quem seja contra, outros a favor do uso. A estudante Ana
Carolina Maldonado, 23, defende o bom-senso.
"Não adianta vir com fio
dental. Se ela tiver bom-senso e ficar bonitinha ali escondidinha, não tem problema.
Agora, se ela vier com fio
dental, eu acho constrangedor porque eu não sou assim", defende.
O médico Carlos Eduardo
Rabaça, 63, é contra a liberação do biquíni. "Acho que fica melhor no litoral, e aqui é
mais próprio para ter respeito pelas pessoas."
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