São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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SP lidera mortes violentas de jovens

DA SUCURSAL DO RIO

O Estado de São Paulo assumiu em uma década o primeiro lugar do país na proporção de mortes violentas entre jovens do sexo masculino de 15 a 24 anos em relação ao total de mortes na faixa etária, segundo o IBGE.
De acordo com os números, em 1990 São Paulo tinha o quarto lugar, com 64,47% de mortes violentas entre o total de óbitos entre rapazes de 15 a 24 anos. Em 2000, a participação dessas mortes violentas saltou para 85,63% e o Estado assumiu a liderança que antes era do Rio de Janeiro. O Rio, que detinha em 1990 o primeiro lugar, com 73,35%, caiu em 2000 para o terceiro, com 75,50%.
O Amapá, que em 1990 estava em sétimo lugar, saltou para o segundo, com 76,06% em 2000.
O sociólogo Inácio Cano, da Uerj, discorda dessas conclusões. Para ele, a proporção de mortes em relação ao total pode trazer distorções. Ele disse que nas cidades do Rio e de São Paulo as mortes de rapazes por homicídios se equivalem, mas entre os Estados, o Rio ainda é mais violento. Segundo ele, o fato de São Paulo ter uma população rural maior que a do Rio reduz os índices de violência no Estado. Já no Rio a maior parte da população se concentra na região metropolitana, que tem índices de violência elevados.
Técnicos do IBGE informaram que os estudos sobre a violência nos Estados ainda estão em fase inicial e que, realmente, os dados referentes à proporção de mortes violentas em relação ao total podem conter distorções.
Juarez Castro de Oliveira, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do órgão, citou, entre os problemas, a ocorrência de sub-registros de óbitos (mortes não atestadas oficialmente) em alguns Estados mais que em outros. Ele não conseguiu explicar, por exemplo, por que a Bahia passou da 17ª colocação em 90 para a última (27ª) em 2000.


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