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Homicídios e acidentes elevam taxa
DA REPORTAGEM LOCAL
Os homicídios e os acidentes no
trânsito são os dois principais responsáveis pela taxa de mortalidade entre homens com idades de 15
a 24 anos. Juntos, representam até
80% das mortes, segundo Juarez
de Castro Oliveira, 44, gerente de
Estudos e Análises da Dinâmica
Demográfica do IBGE.
Não se sabe ainda qual deles teve maior impacto na última década sobre a taxa, o que poderia ajudar a entender por que São Paulo
passou do quarto lugar em 90
(64,47 mortes por 100 mil) para o
primeiro em 2000 (85,63).
Uma análise mais aprofundada
deve ser feita a partir do ano que
vem pelo instituto. Para Oliveira,
seria ""utopia" imaginar que se
pode acabar com as mortes por
causas externas, mas é preciso refletir sobre elas. ""Isso tem implicações sociais e econômicas."
Sociais porque os jovens mortos
deixam filhos e viúvas, por exemplo. Econômicas porque morrem
após receberem investimentos,
como em educação, sem terem
tempo de produzir para o país.
Números da Fundação Seade
(Sistema Estadual de Análise de
Dados) sobre São Paulo mostram
as agressões como a principal
causa de mortes entre os homens
jovens (15 a 24). Em 90, houve
3.570 vítimas de agressões intencionais -52,6% do total de mortes violentas-, contra 6.016 em
2000 (66%). No ano passado, esse
dado caiu para 5.862 (66,2%).
Segundo a psicóloga social
Nancy Cardia, coordenadora do
Núcleo de Estudos da Violência
da USP (Universidade de São
Paulo), os homicídios são a principal causa de morte entre os jovens desde o final dos anos 80.
O retrato mostrado pelo estudo
do IBGE seria ainda pior se fossem analisados isoladamente os
bolsões de desigualdade, afirmou
Cardia. Juntos, os indicadores favoráveis de determinados locais
amenizam a taxa das áreas problemáticas.
(ALESSANDRO SILVA)
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