TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA

O comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Luís Carlos Giubert, afirmou ontem que o comando da instituição sabia que detentos dos presídios capixabas tinham planos para impetrar ataques contra ônibus em Vitória e na região metropolitana.
"A Polícia Militar sabia sim, como sabia de vários outros que são balões de ensaio, trote. Essas informações, assim que recebidas, foram transformadas em um documento operacional, que foi distribuído aos três comandos de policiamento ostensivo do Espírito Santo [norte, sul e metropolitano]. E esses comandos tomaram as providências necessárias."
O coronel disse que 40% das demandas que chegam ao órgão são trote. Como há cerca de 1.600 ônibus na região metropolitana, segundo o Estado, a PM não tinha como cobrir toda a demanda.
O documento, assinado pelo diretor de inteligência da PM, coronel Orlandy Rocha Filho, dizia: "a população carcerária da Grande Vitória estaria organizando para dia 18, a partir das 19h, e mais provavelmente às 21h, ação criminosa contra ônibus para protestar contra a presença do Batalhão de Missões Especiais nos presídios".
Na madrugada de quinta para sexta (dia 19), ônibus começaram a ser incendiados. Os atentados seguiram até domingo (dia 21), deixando dez ônibus destruídos.
Os atentados foram atribuídos, pelo secretário estadual da Segurança, Rodney Rocha Miranda, a traficantes de drogas com ramificações no Rio de Janeiro e contatos com o Comando Vermelho.
A FNS (Força Nacional de Segurança) começou a ser deslocada para os terminais de ônibus que eram policiados pelo Exército, que já deixou os locais de policiamento e retornaria ao Rio de Janeiro. (TIAGO ORNAGHI)


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