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12 projetos disputam prêmio do Urban Age
Preocupação social é a principal marca dos finalistas, que disputam US$ 100 mil
Vencedor será conhecido hoje na abertura do evento internacional sobre urbanismo que, nesta edição, tem São Paulo como tema
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Preocupação social é o eixo
em torno do qual giram os 12
projetos finalistas do Deutsche
Bank Urban Age Award, prêmio de US$ 100 mil patrocinado pelo banco alemão e que será concedido hoje à noite, no
Palácio dos Bandeirantes.
A premiação abre a programação do Urban Age, conferência internacional sobre urbanismo que acontece em São
Paulo até sexta e que tem a própria capital paulista como tema. Organizado pela Alfred
Herrhausen Society, ligada ao
banco, o prêmio selecionou,
entre 133 inscritos, 12 projetos
desenvolvidos na região metropolitana de São Paulo.
"Mais do que o número de
inscrições, chamou atenção a
qualidade dos projetos, o que
oferece uma amostragem que
estimula novas parcerias e faz
um recorte de planejamento
urbano", afirma Marcos Rosa,
arquiteto, urbanista e organizador do prêmio.
Segundo ele, há projetos que
identificam espaços mal utilizados e propõem uma nova organização, que oferecem atividades culturais ou que lidam
com problemas urbanos de
pouca visibilidade.
Cortiço
Um exemplo é o edifício
União, que aborda os cortiços.
"As favelas sempre foram mais
discutidas e têm um apelo visual muito maior", diz Rosa. No
projeto, alunos da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), da USP, moraram em um
cortiço da rua Solon, no Bom
Retiro, para compreender seu
funcionamento e transformá-lo em pequenas residências.
Já a cooperativa de reciclagem Nova Esperança (zona leste) enfocou o problema do lixo,
criando uma forma de acabar
com o acúmulo de sujeira e de
gerar renda para a comunidade.
"Podemos dizer que há atuação sob o ponto de vista da segurança e da transformação do
espaço público, sobretudo das
áreas periféricas", afirma o arquiteto Fernando de Mello
Franco, membro do júri.
Além dele, integram a mesa a
cineasta Tata Amaral, o ex-jogador e diretor da fundação Gol
de Letra, Raí, e a curadora de
arte Lisette Lagnado. Richard
Burdett, da LSE (London
School of Economics) e diretor
do Urban Age, preside o júri.
Cinema
Entre os projetos que revigoram espaços abandonados está
o itinerante Kinoforum, que
exibe filmes brasileiros ao ar livre e organiza oficinas de vídeos. Já o Praças da Paz revitaliza a periferia e propõe debates
para diminuir a criminalidade.
Entre os que apostam nas atividades culturais, estão o Instituto Acaia, que atende a população de favelas do entorno do
Ceagesp, a Associação Cidade
Escola Aprendiz, voltada à educação, e Projeto Nós do Centro,
que cria incubadoras.
"O prêmio apontou novas
áreas em potencial para o desenvolvimento urbano, um espaço para a coexistência com
grupos sociais diversos. E espaço com qualidade é algo raro
em São Paulo", diz Rosa.
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