São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

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12 projetos disputam prêmio do Urban Age

Preocupação social é a principal marca dos finalistas, que disputam US$ 100 mil

Vencedor será conhecido hoje na abertura do evento internacional sobre urbanismo que, nesta edição, tem São Paulo como tema

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Preocupação social é o eixo em torno do qual giram os 12 projetos finalistas do Deutsche Bank Urban Age Award, prêmio de US$ 100 mil patrocinado pelo banco alemão e que será concedido hoje à noite, no Palácio dos Bandeirantes.
A premiação abre a programação do Urban Age, conferência internacional sobre urbanismo que acontece em São Paulo até sexta e que tem a própria capital paulista como tema. Organizado pela Alfred Herrhausen Society, ligada ao banco, o prêmio selecionou, entre 133 inscritos, 12 projetos desenvolvidos na região metropolitana de São Paulo.
"Mais do que o número de inscrições, chamou atenção a qualidade dos projetos, o que oferece uma amostragem que estimula novas parcerias e faz um recorte de planejamento urbano", afirma Marcos Rosa, arquiteto, urbanista e organizador do prêmio.
Segundo ele, há projetos que identificam espaços mal utilizados e propõem uma nova organização, que oferecem atividades culturais ou que lidam com problemas urbanos de pouca visibilidade.

Cortiço
Um exemplo é o edifício União, que aborda os cortiços. "As favelas sempre foram mais discutidas e têm um apelo visual muito maior", diz Rosa. No projeto, alunos da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), da USP, moraram em um cortiço da rua Solon, no Bom Retiro, para compreender seu funcionamento e transformá-lo em pequenas residências.
Já a cooperativa de reciclagem Nova Esperança (zona leste) enfocou o problema do lixo, criando uma forma de acabar com o acúmulo de sujeira e de gerar renda para a comunidade.
"Podemos dizer que há atuação sob o ponto de vista da segurança e da transformação do espaço público, sobretudo das áreas periféricas", afirma o arquiteto Fernando de Mello Franco, membro do júri.
Além dele, integram a mesa a cineasta Tata Amaral, o ex-jogador e diretor da fundação Gol de Letra, Raí, e a curadora de arte Lisette Lagnado. Richard Burdett, da LSE (London School of Economics) e diretor do Urban Age, preside o júri.

Cinema
Entre os projetos que revigoram espaços abandonados está o itinerante Kinoforum, que exibe filmes brasileiros ao ar livre e organiza oficinas de vídeos. Já o Praças da Paz revitaliza a periferia e propõe debates para diminuir a criminalidade.
Entre os que apostam nas atividades culturais, estão o Instituto Acaia, que atende a população de favelas do entorno do Ceagesp, a Associação Cidade Escola Aprendiz, voltada à educação, e Projeto Nós do Centro, que cria incubadoras.
"O prêmio apontou novas áreas em potencial para o desenvolvimento urbano, um espaço para a coexistência com grupos sociais diversos. E espaço com qualidade é algo raro em São Paulo", diz Rosa.


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