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Doações aumentam, e SC precisa agora de mais voluntários
Defesa Civil do Estado alerta, entretanto, que quem quiser viajar para ajudar precisa ter local para dormir e comer
Por falta de espaço para
armazenamento, Estados
devem esperar até a
próxima semana para
mandar novas doações
TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
ALENCAR IZIDORO
ENVIADO A ITAJAÍ
Além dos problemas causados pelo excesso de chuvas e
pelos deslizamentos de terra,
alguns municípios de Santa Catarina sofrem agora com a falta
de mão-de-obra voluntária. O
problema acontece justamente
no momento em que as doações ao Estado aumentam.
Faltam pessoas para carregar
e descarregar caminhões, separar mantimentos, entregá-los
nas casas e cadastrar vítimas.
Em Jaraguá do Sul, onde
7.000 casas foram danificadas e
os prejuízos ultrapassaram os
R$ 97 milhões, trabalham hoje
30 voluntários -na semana
passada, eram cem.
"As pessoas voltaram a trabalhar e retomaram suas vidas",
afirma Cíntia Kessler, gerente
de desenvolvimento econômico e sustentável da Secretaria
de Desenvolvimento Regional
de Jaraguá do Sul.
Em Itajaí, Hilda Deola, uma
das coordenadoras de um centro de distribuição e coleta de
alimentos, deu uma entrevista
à TV local, ontem, para convocar ajudantes. Abordada pela
reportagem, antes mesmo de
ser questionada, ela disparou:
"Está faltando voluntário, muita gente foi embora".
O problema também acontece em Blumenau. Na central de
doações montada no parque
Vila Germânica, local da Oktoberfest, o número de pessoas
não é suficiente e oscila a cada
dia, o que causa problemas nos
horários de pico, quando caminhões chegam ao mesmo tempo para descarregar.
Apesar de afirmar que há necessidade de voluntários, a Defesa Civil de Santa Catarina
alerta para as pessoas de outros
Estados que queiram se deslocar para os municípios atingidos para ajudar, que elas devem
ter onde dormir e comer.
"Os abrigos já são poucos.
Não temos onde colocar quem
é de fora", diz Caroline Margarida, responsável pelo setor de
doação do órgão.
A diminuição no número de
voluntários não é o único problema logístico que os municípios enfrentam. Em Joinville,
faltam caminhões para realizar
a distribuição e os dois depósitos para guardar os mantimentos já estão quase lotados. Em
Brusque também falta espaço
para receber mais doações.
Por falta de espaço para armazenamento, a Defesa Civil
pediu que os Estados esperem
até a próxima semana para
mandar novas doações. O órgão
orientou que somente mantimentos já separados por tipo
-caminhões carregados só
com água ou colchões, por
exemplo- sejam enviados. Assim, as doações seguirão direto
para os municípios afetados.
A situação deve ser normalizada na próxima semana, quando um novo galpão de 10 mil
metros quadrados passará a ser
usado em Florianópolis.
Em São Paulo, os órgãos que
recebem doações pedem que o
material seja separado antes de
enviado para evitar a necessidade de mais voluntários. Desde quarta, a Coordenadoria
Municipal de Defesa Civil já enviou nove caminhões com 160
toneladas de mantimentos.
O Fussesp (Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural de SP) tem lotado três aviões por dia com doações. Já foram enviadas 160 toneladas de água, 27 mil roupas,
17 toneladas de alimentos,
1.050 itens de higiene pessoal,
165 cobertores e 500 colchões,
e há doações estocadas.
O CNJ (Conselho Nacional
de Justiça) recomendou ontem, a todos os tribunais do
país, que os recursos resultantes de aplicação de penas alternativas, como cestas básicas e
multas, sejam enviados ao Fundo Estadual de Defesa Civil para auxiliar as vítimas em SC.
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