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Anvisa apreende 1 tonelada de produto hospitalar clandestino
Local sem higiene fabricava equipamentos para UTI, tubos e material cirúrgico
ANDRÉ MONTEIRO
DA FOLHA ONLINE
Uma tonelada de material hospitalar e cirúrgico feito sem nenhum padrão técnico e de higiene, inclusive tubos para ajudar bebês com problemas respiratórios, foi apreendida ontem numa garagem em Socorro (zona sul) em ação da Anvisa apoiada pela Polícia Civil e pela Vigilância Sanitária de SP.
A apreensão ocorreu na New Life Tubos e Conexões, que fabricava produtos para a construção civil, mas há dez anos passou a fazer equipamentos hospitalares, que, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), punham em risco a vida das pessoas.
"As condições sanitárias eram inexistentes. Pode ter havido desde uma simples infecção hospitalar até a morte do paciente", disse Adilson Bezerra, chefe de inteligência da Anvisa e delegado da Polícia Federal.
Segundo o delegado Anderson Gianpaoli, da Polícia Civil, os produtos são "invasivos, utilizados em seres humanos. A toxicidade depende do contato".
A polícia apreendeu anéis para cirurgia de redução do estômago, cânulas, tubos e aparelhos para ventilação mecânica usados em UTIs, além de plástico que a polícia acredita ser reciclado, o que é vetado. A fábrica não tinha registro na Anvisa nem na Vigilância Sanitária.
Uma denúncia anônima feita há três meses levou o Anvisa à fábrica. Luis Martinez Idaldo Junior, 36, dono da fábrica, e João Leonidas Vieira da Silva, 33, responsável pelo setor de compras de uma distribuidora de equipamentos médicos, foram presos em flagrante acusados de crime contra a saúde pública -eles poderão pegar pena de dez a 15 anos de prisão.
A suspeita é que parte da produção era exportada para Alemanha, Nova Zelândia, Uruguai e Venezuela.
Uma das distribuidoras identificadas, JG Moriya, assinou 43 contratos com a Secretaria Municipal da Saúde neste ano. O valor repassado de janeiro a outubro foi de R$ 114,8 mil -no maior contrato, de quase R$ 50 mil, forneceu material ao Samu.
A secretaria informou que vai analisar todos os materiais adquiridos da empresa. Ninguém atendeu o telefone JG Moriya. A Folha não conseguiu ouvir a defesa dos presos.
Colaboraram ANDRÉ CARAMANTE e MÁRCIO PINHO , da Reportagem Local
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