ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Data de 6 de fevereiro de 1959 a carteirinha de Benito Merlin como assistente técnico da Fiat Moto Agrícola S/A. Até a semana passada, ele era o funcionário mais antigo da empresa no Brasil, como conta a filha, Vania.
Italiano da região do Vêneto, veio ao país em 1950 a fim de trabalhar para os Matarazzo. Anos depois, já tendo passado por uma concessionária, entrou para a Moto Agrícola, firma que funcionava no centro de SP e que se tornaria da marca Fiat.
A partir de então, a dedicação que teve com a empresa foi tão intensa que a mulher brincava que era melhor ele levar a cama para o trabalho.
Naquele período inicial, Benito, um talentoso comerciante, vendeu tratores à beça. Nos anos 60, foi o diretor comercial da Fiat Tratores.
Teve diversas funções ao longo da carreira, como a de diretor institucional, de 1974 a 1985, e a de diretor de Relações Externas da Teksid, uma das empresas do grupo, nos anos 90, década em que se aposentou. Até 2006, foi conselheiro da Fiat e só se afastou devido ao Alzheimer.
Amante de pássaros, tinha um da cor preta que sempre o esperava na porta da gaiola, que ficava aberta. "Parecia um cachorro", lembra Vania.
Pouco depois de o dono ser internado em 2006, com a doença, o pássaro morreu.
Na quinta, aos 85, Benito morreu de falência de órgãos. Deixa viúva e filha. A missa de sétimo dia será hoje, às 18h, na paróquia N. Sra. Mãe da Igreja, em São Paulo.

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