São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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CONFRONTO NO RIO

PF reforça cerco na divisa com a Colômbia

Operação na fronteira visa impedir que traficantes que escaparam do Alemão busquem refúgio

Suspeita de eventual fuga se deve à relação mantida entre Comando Vermelho e traficantes estabelecidos por lá

Joel Silva/Folhapress
Soldado Walbert, 19, que foi ferido em combate no Complexo do Alemão; ele foi atingido por uma bala na sexta-feira

DIANA BRITO
HUDSON CORRÊA
DO RIO

A Polícia Federal reforçou o cerco em possíveis rotas de fuga para a Colômbia que possam ser utilizadas por traficantes que escaparam ao cerco do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.
Além de reforçar o policiamento nas fronteiras do Brasil com países vizinhos, a PF também faz buscas no Rio com as polícias Militar e Civil.
A PF investiga a eventual fuga para a Colômbia devido ao vínculo entre traficantes daquele país e o CV (Comando Vermelho), facção criminosa então responsável pela compra e venda de drogas no Complexão do Alemão.
O CV estabeleceu forte contato com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que vende drogas, por meio do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Após fugir do Brasil em 1997, Beira-Mar passou a viver na Colômbia até ser preso e deportado em 2001.

RELAÇÕES
Segundo a Polícia Federal, as Farc forneciam drogas e armas para traficantes no Complexo do Alemão.
Beira-Mar cumpre pena na penitenciária federal em Campo Grande (MS), mas seu braço direito, o traficante Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, estava no Complexo do Alemão antes do cerco, diz a polícia.
A Folha apurou que outro possível guia dos traficantes do Alemão até a Colômbia é o chileno Carlos Orlando Messina Vidal, 46, o Gringo.
Ele é amigo de Beira-Mar e tinha contatos com o traficante Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que -segundo a Justiça do Rio- deu ordens para os ataques a ônibus e carros no Rio.
Além de fazer o cerco aos traficantes, a PF investiga a origem das armas apreendidas nas operações.
Quase todo o armamento está com a numeração raspada, o que deve dificultar a identificação de sua origem. A exceção é um fuzil a AR-15, desmontado e com a numeração ainda visível.


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