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SAÚDE
Valor da autuação para quem tiver local com mosquito chegará a R$ 720; eliminação deve acontecer em dez dias
Paulistano pagará multa por foco de dengue
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O paulistano vai pagar multa de
R$ 180 até R$ 720 se mantiver focos do mosquito da dengue. Eles
podem estar em vasos, pneus, latas e outros recipientes com água
parada e limpa, ideal para a reprodução do inseto. A autuação ocorrerá se os locais de proliferação
não forem eliminados dez dias
depois da notificação.
O prefeito em exercício, Hélio
Bicudo (PT), aprovou lei de autoria do Executivo que institui o
Programa Municipal de Combate
e Prevenção à Dengue, publicada
ontem no "Diário Oficial". Ela deve ser regulamentada em até 60
dias. Depois disso, começará a ser
fiscalizada, informou o secretário
da Saúde, Eduardo Jorge. A multa
foi definida de acordo com número de focos do mosquito. Quanto
mais focos, maior o valor.
A cobrança de multa já ocorre
em cidades no interior do Estado,
como Ribeirão Preto (314 km da
capital), também administrada
pelo PT, que instituiu autuações
baseadas no Código Sanitário do
Estado. Ele prevê multas para
quem não adotar medidas de
controle. A cidade ainda não tem
uma avaliação oficial da medida,
implantada em novembro somente para o comércio.
Em São Paulo, quem vende produtos em embalagens descartáveis, que podem acumular água se
abandonadas ao ar livre -garrafas pet de refrigerante, por exemplo-, fica obrigado a instalar
contêineres para coletar este lixo.
Os comerciantes deverão ainda
encaminhar o material à reciclagem. Eles têm seis meses para se
adequar à exigência.
Depois do prazo, aquele que
não cumprir as medidas dez dias
após notificação pagará R$ 500.
A Associação Comercial teme
que pequenos e médios empresários sejam penalizados. "A medida vê o empresário como alvo. A
reciclagem é um plano de governo", diz Alencar Burti, presidente
da associação.
Jorge nega que a instituição das
multas signifique um fracasso do
programa de prevenção. "Mas
uma pessoa pode destruir todo o
trabalho", afirma.
A fiscalização é um entrave. A
SIS (Secretaria de Implementação
das Subprefeituras), que poderá
aplicar as multas em conjunto
com a Saúde, já tem um déficit de
323 fiscais. Hoje eles são 346 e têm
de cuidar de diversas áreas.
O Estado de São Paulo registrou
em 2001 a maior epidemia de dengue da sua história, 51.347 casos
até novembro, 307 na capital
-80% dos focos do mosquito estavam dentro das casas. Os ovos
do transmissor resistem por mais
de um ano em ambiente seco. O
telefone do Disque-Dengue é
0800-7720988.
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