SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

A direção da Santa Casa de Campo Grande (MS) decidiu fechar temporariamente o pronto-socorro da instituição por falta de recursos. A Santa Casa é um dos principais hospitais de atendimento do SUS no Estado e chega a receber pacientes do Paraguai e da Bolívia. Antes da paralisação, o PS atendia diariamente cerca de 400 pacientes, sendo 90% do SUS.
Há cinco dias o portão do PS está fechado. A direção da Santa Casa fez um acordo com o Ministério Público para receber apenas casos nas áreas vascular (derrames), neurológica, de politraumatizados e de queimados graves encaminhados pelo Hospital Regional. No último sábado, só nove pessoas deram entrada. Os pacientes do SUS já internados continuam sendo atendidos.
O superintendente da instituição, João Carlos Franco, disse que a decisão de fechar o PS foi tomada pela falta de material e de remédios e pela paralisação parcial dos enfermeiros, que ainda não receberam todo o 13º salário. Os médicos também estão com os honorários atrasados.
"Não temos mais como continuar com o pronto-socorro aberto, já que não pagamos os médicos e enfermeiros", disse Franco.
A dívida de curto prazo da Santa Casa é de R$ 3,6 milhões. A direção do hospital, segundo Franco, negociava com a Caixa Econômica Federal um financiamento para evitar o fechamento. A dívida total chega a R$ 37 milhões. Nesta semana, a direção vai continuar negociando com o Estado e com a nova administração municipal uma saída para a crise.
A Santa Casa tem 800 leitos, mas apenas metade está ocupada devido à falta de recursos.

STJ decide
O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Edson Vidigal, suspendeu ontem em liminar o aumento de cerca de 10% da tabela do SUS. A correção havia sido conquistada na Justiça pela Casa de Saúde Augostinho.


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