São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2005

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CLIMA REVOLTO

Acompanhados de chuva forte e granizo, fenômenos deixaram feridos leves e cerca de 50 desabrigados em Criciúma

Tornados destroem casas em Santa Catarina

Walmor de Oliveira/"Jornal da Manhã"
Moradores da cidade de Criciúma observam construções destruídas pela passagem do tornado, que deixou cerca de 40 desabrigados


JAIRO MARQUES
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

Dois tornados varreram a parte sul do município de Criciúma (sul de Santa Catarina) por volta das 16h de ontem. Os fenômenos, que destruíram ou afetaram parcialmente 178 casas, foram acompanhados de chuva forte e granizo. Há cerca de 50 desabrigados.
Segundo o Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e Hidrometeorologia de Santa Catarina), os tornados agiram por cerca de 45 minutos em uma área menor do que 20 quilômetros. O primeiro durou sete minutos e teve ventos por volta de 100 km/h.
"O tornado é um parente distante do furacão e tem bem menos intensidade e diâmetro que ele. Como o fenômeno se forma de maneira aleatória e muito rápida, geralmente em áreas de encosta, é praticamente impossível prevê-lo", afirmou a meteorologista Marilena de Lima.
Segundo os bombeiros, não houve vítimas com os tornados, mas duas pessoas foram atingidas por telhas e ficaram gravemente feridas. Outras cinco tiveram ferimentos leves. Uma mulher teve parada cardíaca e morreu.
Uma casa caiu no bairro Vila Manaus, mas a moradora saiu ilesa com um bebê. Oito bairros tiveram a rede elétrica danificada. Segundo bombeiros, 25 mil pessoas ficaram sem luz.
"Temos a ajuda do Exército para cobrir casas destelhadas e ajudar na remoção das pessoas. Tudo aconteceu de forma muito rápida e não foi possível alertar a população", disse o coordenador da Defesa Civil, Sérgio Becke.
A prefeitura pôs à disposição dos atingidos um ginásio de esportes e mantimentos.
Siderópolis, também no sul catarinense, teve registro de ventos fortes, de até 50 km/h, mas que não chegaram a causar estragos.
Segundo o Ciram, há possibilidade de mais chuva forte, com ventos, na mesma região atingida pelo tornado nos próximos dias.
No final de março de 2004, um ciclone raro atingiu o norte do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina, provocando mortes e deixando centenas de desabrigados.
Na cidade de Criciúma, uma das atingidas, o estado de emergência chegou a ser decretado. Cerca de 200 árvores caíram e 20 pontos de alagamento foram registrados. O Corpo de Bombeiros fez aproximadamente 500 atendimentos.
O fenômeno, batizado de Catarina, atingiu 26 cidades do sul do país. Só em Santa Catarina, 20 municípios foram afetados. Na época, a Defesa Civil do Estado estimou o prejuízo em R$ 1 bilhão.
O ciclone causou, na maior parte das cidades, danos ao abastecimento de água, corte de energia e falhas no sistema de telefonia.

Enxurrada
Também ontem, o garoto Rafael de Souza Silva, 9, morreu afogado durante temporal em Campo Grande (MS), no final da manhã, quando nadava em um córrego.
O Corpo de Bombeiros resgatou o corpo do menino minutos depois, morto, na margem do córrego. A chuva derrubou árvores e causou transtornos em algumas regiões da cidade que tiveram casas alagadas, segundo bombeiros.


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