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BLECAUTE
Ministra, que considerou episódio "insólito", afirmou que falha humana provocou corte de energia no sábado
Governo agora culpa funcionário por apagão
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O apagão que afetou o Rio de Janeiro e o Espírito Santo no sábado
foi causado por uma falha humana. Na tentativa de restabelecer o
funcionamento de duas linhas de
transmissão que haviam sido desligadas por um problema técnico
no sistema, um funcionário da estatal federal Furnas desligou, indevidamente, uma terceira linha,
causando o blecaute.
Ontem o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, presidido pela ministra Dilma Rousseff
(Minas e Energia), se reuniu para
analisar o caso e chegou a seguinte conclusão: "Falha humana no
setor elétrico não é pouco usual.
Onde há humanos, há falhas humanas", disse a ministra.
Tanto a ministra quanto o diretor-presidente do ONS (Operador
Nacional do Sistema Elétrico),
Mário Santos, classificaram como
"insólita" a ocorrência de uma falha humana logo após a falha técnica que fez com que duas outras
linhas de transmissão parassem
de funcionar.
A ministra disse que é um equívoco interpretar o apagão de sábado como um indício de que
possa haver falta de energia para a
população. "Não há porque levar
pânico à população", disse a ministra, reforçando a desautorização da posição inicial de Furnas,
de que poderia haver mais problemas. "O sistema que abastece o
Rio de Janeiro é robusto", disse.
A posição foi ratificada pelo diretor-geral do ONS. "O problema
não é estrutural", disse. Depois do
apagão, o Comitê de Monitoramento decidiu recomendar reparo dos sistemas de controle e reforço nos sistemas de comunicação de Furnas.
O Rio de Janeiro é abastecido de
energia por meio de quatro linhas
de transmissão. Devido ao baixo
consumo no feriado prolongado
de fim de ano, o ONS havia mandado desligar uma das linhas. Às
18h04 de sábado, duas das três linhas que restavam foram desligadas por uma falha no sistema de
abastecimento.
Às 18h31, na tentativa de restabelecer o funcionamento das duas
linhas que haviam sido desligadas
por um erro do sistema, um funcionário de Furnas, na subestação
de Adrianópolis (RJ), desligou,
indevidamente, a linha que ainda
estava funcionando.
Furnas ainda está apurando se o
funcionário que desligou a única
linha que estava funcionando interpretou erradamente informações corretas do sistema, ou se foi
induzido ao erro por meio de informações erradas do sistema.
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