São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2005

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BLECAUTE

Ministra, que considerou episódio "insólito", afirmou que falha humana provocou corte de energia no sábado

Governo agora culpa funcionário por apagão

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O apagão que afetou o Rio de Janeiro e o Espírito Santo no sábado foi causado por uma falha humana. Na tentativa de restabelecer o funcionamento de duas linhas de transmissão que haviam sido desligadas por um problema técnico no sistema, um funcionário da estatal federal Furnas desligou, indevidamente, uma terceira linha, causando o blecaute.
Ontem o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, presidido pela ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia), se reuniu para analisar o caso e chegou a seguinte conclusão: "Falha humana no setor elétrico não é pouco usual. Onde há humanos, há falhas humanas", disse a ministra.
Tanto a ministra quanto o diretor-presidente do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Mário Santos, classificaram como "insólita" a ocorrência de uma falha humana logo após a falha técnica que fez com que duas outras linhas de transmissão parassem de funcionar.
A ministra disse que é um equívoco interpretar o apagão de sábado como um indício de que possa haver falta de energia para a população. "Não há porque levar pânico à população", disse a ministra, reforçando a desautorização da posição inicial de Furnas, de que poderia haver mais problemas. "O sistema que abastece o Rio de Janeiro é robusto", disse.
A posição foi ratificada pelo diretor-geral do ONS. "O problema não é estrutural", disse. Depois do apagão, o Comitê de Monitoramento decidiu recomendar reparo dos sistemas de controle e reforço nos sistemas de comunicação de Furnas.
O Rio de Janeiro é abastecido de energia por meio de quatro linhas de transmissão. Devido ao baixo consumo no feriado prolongado de fim de ano, o ONS havia mandado desligar uma das linhas. Às 18h04 de sábado, duas das três linhas que restavam foram desligadas por uma falha no sistema de abastecimento.
Às 18h31, na tentativa de restabelecer o funcionamento das duas linhas que haviam sido desligadas por um erro do sistema, um funcionário de Furnas, na subestação de Adrianópolis (RJ), desligou, indevidamente, a linha que ainda estava funcionando.
Furnas ainda está apurando se o funcionário que desligou a única linha que estava funcionando interpretou erradamente informações corretas do sistema, ou se foi induzido ao erro por meio de informações erradas do sistema.


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