São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

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Vapor é provável causa de incêndio no HC

Podendo atingir até 150 C, vazamento derreteu proteção da fiação e causou curto-circuito, segundo funcionários

Segundo eles, vazamentos de vapor eram freqüentes por falta de manutenção; HC diz que só se manifestará na próxima semana

DA REPORTAGEM LOCAL

Um curto-circuito provocado por vazamento de vapor na rede elétrica. Essa é a provável causa do incêndio no Hospital das Clínicas de São Paulo, ocorrido na véspera de Natal. O vapor é usado para a esterilização de equipamentos hospitalares e pode atingir 150 C.
A informação, de dois funcionários do HC, foi confirmada por um técnico que investiga o incêndio. A superintendência só se manifestará na próxima semana, quando sair o laudo do Instituto de Criminalística.
Segundo os funcionários, os vazamentos de vapor eram freqüentes e ocorriam por falta de manutenção. A hipótese - investigada pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)- é que o vapor tenha derretido o plástico que reveste os fios.
Um funcionário do HC afirma que, por volta das 19h, três horas antes do incêndio, houve um vazamento de vapor. Anteontem, o HC trocou tubos e uma válvula que regula o sistema de vapor. O diretor de manutenção do HC, Túlio Wetzner, negou à TV Globo que tenha havido queixa sobre vazamento na noite do incêndio.
Ontem, o atendimento no HC ainda era feito de forma improvisada e a espera para pegar remédios na farmácia atingiu quatro horas.
José Carlos de Freitas, promotor de Habitação e Urbanismo da capital, disse que o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, deve ser alvo de ação para ressarcir pelos prejuízos do incêndio.
A ação pode incluir também o superintendente do HC, José Manoel Teixeira, e a direção do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis).
Isso porque, segundo Freitas, tanto Barata quanto Teixeira sabiam da situação de irregularidade das obras de combate e prevenção a incêndio -o HC não tem o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).
O governo, incluindo o governador José Serra (PSDB), refuta responsabilidade no caso, alegando que o HC é autônomo para decidir onde investir seus recursos. O Contru não comentou. (CLÁUDIA COLLUCCI, ROGÉRIO PAGNAN E RAFAEL TARGINO)

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