São Paulo, segunda-feira, 04 de fevereiro de 2008

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Beija-Flor apela a visual para driblar tema obscuro

Enredo falará sobre o equinócio no Macapá; última da noite, escola quer impressionar júri

Mocidade Independente e São Clemente receberam R$ 2 milhões da prefeitura para falar sobre a vinda da corte portuguesa ao Brasil

LUIZ FERNANDO VIANNA
PEDRO SOARES

DA SUCURSAL DO RIO

Nos dois últimos de seus dez títulos (2005 e 2007), a Beija-Flor fechou o desfile das escolas de samba do Rio. O fato se repete nesta noite, o que se deve atribuir mais à estratégia e força política do que às bolinhas do sorteio.
A idéia é, como no ano passado, impressionar os jurados no momento final, ofuscando as escolas anteriores. E o impacto precisa ser sobretudo visual, pois não é simples entender o enredo "Macapaba: equinócio solar, viagens fantásticas ao meio do mundo".
"A grande massa pode não se aprofundar, mas vai entender através do samba, que conta o enredo na ordem", diz Alexandre Louzada, um dos quatro carnavalescos da Beija-Flor.
O enredo sobre Macapá não atraiu tantas verbas do Amapá quanto a escola imaginava -só R$ 600 mil. Segundo Louzada, não é a trajetória da cidade o foco, mas histórias e lendas pouco conhecidas da região.
"Pouca gente sabe que há uma herança moura, por causa da população que veio do norte da África para a cidade de Mazagão", exemplifica ele.

Dom João 6º
A vinda da corte portuguesa para o Brasil há 200 anos será lembrada por duas escolas. A Mocidade Independente de Padre Miguel, que abre a noite às 21h, mescla o tema com o mito do sebastianismo -a crença de que o rei português dom Sebastião, desaparecido em 1578, voltaria como um salvador.
"Não temos a obrigatoriedade de fazer um tema apenas ligado à chegada da família real", diz o carnavalesco Cid Carvalho, que conta ter recebido "aos poucos" os R$ 2 milhões dados pela Prefeitura do Rio a quem falasse da viagem de dom João -a São Clemente foi outra a ganhar a verba.
Depois de a Unidos da Tijuca mostrar seu enredo sobre coleções, a Imperatriz Leopoldinense apresentará "João e Marias", que fala de Marias como a Leopoldina, mulher de dom Pedro 1º e que dá nome à escola.
A Unidos de Vila Isabel contará a história dos "Trabalhadores do Brasil", mas com luxo. "Precisa ser luxuoso porque a competição é forte", diz Alex de Souza, carnavalesco da Vila.
Vice-campeã nos dois últimos anos, a Grande Rio repete as alegorias grandiosas e os temas patrocinados -"Do verde de Coari vem meu gás, Sapucaí!" recebeu R$ 1 milhão de empresas do Amazonas.


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