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Beija-Flor apela a visual para driblar tema obscuro
Enredo falará sobre o equinócio no Macapá; última da noite, escola quer impressionar júri
Mocidade Independente e São Clemente receberam R$ 2 milhões da prefeitura para falar sobre a vinda da corte portuguesa ao Brasil
LUIZ FERNANDO VIANNA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Nos dois últimos de seus dez
títulos (2005 e 2007), a Beija-Flor fechou o desfile das escolas de samba do Rio. O fato se
repete nesta noite, o que se deve atribuir mais à estratégia e
força política do que às bolinhas do sorteio.
A idéia é, como no ano passado, impressionar os jurados no
momento final, ofuscando as
escolas anteriores. E o impacto
precisa ser sobretudo visual,
pois não é simples entender o
enredo "Macapaba: equinócio
solar, viagens fantásticas ao
meio do mundo".
"A grande massa pode não se
aprofundar, mas vai entender
através do samba, que conta o
enredo na ordem", diz Alexandre Louzada, um dos quatro
carnavalescos da Beija-Flor.
O enredo sobre Macapá não
atraiu tantas verbas do Amapá
quanto a escola imaginava -só
R$ 600 mil. Segundo Louzada,
não é a trajetória da cidade o foco, mas histórias e lendas pouco conhecidas da região.
"Pouca gente sabe que há
uma herança moura, por causa
da população que veio do norte
da África para a cidade de Mazagão", exemplifica ele.
Dom João 6º
A vinda da corte portuguesa
para o Brasil há 200 anos será
lembrada por duas escolas. A
Mocidade Independente de Padre Miguel, que abre a noite às
21h, mescla o tema com o mito
do sebastianismo -a crença de
que o rei português dom Sebastião, desaparecido em 1578,
voltaria como um salvador.
"Não temos a obrigatoriedade de fazer um tema apenas ligado à chegada da família real",
diz o carnavalesco Cid Carvalho, que conta ter recebido "aos
poucos" os R$ 2 milhões dados
pela Prefeitura do Rio a quem
falasse da viagem de dom João
-a São Clemente foi outra a ganhar a verba.
Depois de a Unidos da Tijuca
mostrar seu enredo sobre coleções, a Imperatriz Leopoldinense apresentará "João e Marias", que fala de Marias como a Leopoldina, mulher de dom Pedro 1º e que dá nome à escola.
A Unidos de Vila Isabel contará a história dos "Trabalhadores do Brasil", mas com luxo.
"Precisa ser luxuoso porque a
competição é forte", diz Alex de
Souza, carnavalesco da Vila.
Vice-campeã nos dois últimos anos, a Grande Rio repete
as alegorias grandiosas e os temas patrocinados -"Do verde
de Coari vem meu gás, Sapucaí!" recebeu R$ 1 milhão de
empresas do Amazonas.
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