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Vila Isabel e CUT, juntas, mostram luta dos trabalhadores
DA SUCURSAL DO RIO
Diz o principal refrão da Unidos de Vila Isabel: "Hoje é dia
do trabalhador/ Que conquistou o seu lugar/ E vai nossa Vila
fazendo história/ Pra luta do
povo eternizar". Para os cerca
de cem sindicalistas da CUT
(Central Única dos Trabalhadores) que integram a ala Metalúrgicos do ABC, cantá-lo na
próxima madrugada, no sambódromo, significará reverenciar o ex-metalúrgico e hoje
presidente Lula.
"Na nossa visão, é uma menção clara a Lula. O enredo é favorável ao mundo do trabalhador, e eleger alguém oriundo da
classe trabalhadora foi uma
conquista muito importante
para nós", afirma o primeiro-secretário nacional da CUT,
Adeilson Telles.
Mas o carnavalesco da Vila,
Alex de Souza, ressalta que
"Trabalhadores do Brasil" é um
enredo "todo crítico" e procura
afastar qualquer suspeita de
chapa-branquismo. "Lula não é
nem citado. As greves do ABC
[do final dos anos 70] são porque fazem parte da história.
Mas não há marketing político
de ninguém. Não procuramos
ser partidários. Somos politizados, não politiqueiros", diz
Souza.
Na comitiva da CUT na avenida, estará o deputado federal
Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da central. Ele disse, na
semana passada, estar decorando o samba para não fazer
feio na sua segunda participação na festa carioca."Lula é parte ativa da história dos trabalhadores, que é o tema da escola. O tema tem a ver com ele e
com todos nós."
O governo estará representado na escola pelo ministro do
Trabalho, Carlos Lupi (PDT). A
assessoria do ministro diz que
o PDT foi procurado pela Vila
no início de 2007 para contribuir com informações sobre o
trabalhismo.
A CUT também ressalta o
"apoio institucional", negando
qualquer injeção financeira ou
participação na busca de verbas -três empresas estão patrocinando a escola.
"O que nos coube, desde o
início, foi dar um suporte histórico, oferecer a perspectiva
do trabalhador para valorizá-lo", diz Telles. "O apoio da CUT
foi junto à presidência da escola, para mobilizar alguns gatilhos, não tanto no enredo",
conta Souza.
Segundo o carnavalesco, o
tom crítico virá, por exemplo,
em menções ao trabalho escravo, de ontem e hoje, ao mito
-"racista", para ele- de que o
brasileiro é ocioso e à exploração da mão-de-obra infantil.
O único político representado é Getúlio Vargas, cuja alegoria é uma estrutura de aço, alusão à Companhia Siderúrgica
Nacional. "Independentemente de ele ter sido ditador, não
tem como não falar dele, por
causa das conquistas trabalhistas", explica Souza.
(LFV)
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