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Foliões madrugam para seguir bloco "família" no Rio
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Eram 8h da manhã de um domingo chuvoso no centro do
Rio. Mas a única coisa que
preocupava os historiadores
Tiago Reis, 24, Lívia Vieira, 26,
e Rodrigo Lamosa, 26, devidamente fantasiados e embaixo
de chuva, era encontrar uma
"cerveja bem gelada".
"É o único dia do ano que você pode beber a essa hora sem
ser recriminado", dizia Tiago,
enquanto esperava o início do
desfile do Cordão do Boitatá,
um dos blocos precursores do
resgate do Carnaval de rua do
Rio de Janeiro e que se tornou
um dos preferidos entre os cariocas em busca de uma folia alternativa à do sambódromo e
dos grandes blocos.
Segundo os organizadores,
uma multidão de 30 mil pessoas desfilou atrás do Cordão
do Boitatá. A Polícia Militar
não divulgou estimativas.
Havia também crianças no
bloco. Com apenas 10 meses de
idade, Nina Nápole já "desfilava" pela segunda vez no Boitatá. A primeira foi ano passado
na barriga da mãe, a nutricionista Bianca Nápole. "Tem
muitos blocos familiares no
Rio, mas esse é especial, porque
resgata o Carnaval antigo."
Essa fórmula ajudou a recriar
o gosto pelo Carnaval de rua,
diz o médico Mario Gonçalvez,
59, que freqüenta o bloco desde
sua primeira edição, há 11 anos,
com a mulher, a pedagoga Marília Gonçalvez, 60. "O Boitatá
toca só marchas antológicas, ao
contrário dos grandes blocos
do Rio que tocam só uma música", disse ela.
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