São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vítimas voltavam de hospital na zona sul

DA REPORTAGEM LOCAL

O motorista e os passageiros do táxi atingido ontem pela escavadeira estavam voltando do Hospital São Paulo, na Vila Mariana (zona sul de SP), onde, de acordo com familiares, uma das vítimas tratava um câncer na garganta.
A paciente era Selma Portilho Picon, 68, que havia ido ao local para marcar mais uma sessão de radioterapia em companhia da filha Patrícia, 32, e de uma amiga da família, a enfermeira Ezenete Oliveira Silva, 56.
Ezenete trabalhava no hospital e estava de folga ontem, mas decidira acompanhar mãe e filha. O taxista Luiz Antônio de Moraes também era conhecido da família -por isso costumava esperar Selma no hospital e levá-la de volta para Itapecerica da Serra, cidade onde todos moravam e onde devem ser enterrados hoje.
Eles haviam saído bem cedo do Parque Paraíso, periferia da cidade, e já voltavam para casa quando ocorreu o acidente.
Alguns familiares das vítimas ficaram sabendo das mortes pela polícia, que ligou para a casa de alguns deles. Outros ouviram a notícia pelas emissoras de rádio.
"Vejo irresponsabilidade, mas só a perícia pode dizer o que houve", disse o funcionário público Joaquim Neto, 26, um dos três filhos de Moraes, viúvo e taxista havia cerca de 13 anos.
A família Picon é dona de uma escola que atende, em Embu das Artes (Grande SP), crianças do maternal à 8ª série -o Instituto Ieda Picon, que leva o nome da filha mais velha de Selma.
Em choque, Ieda foi sedada e levada, ontem, a um hospital, cabendo ao marido dela, Milton, liberar os corpos junto com funcionários da escola, na qual Patrícia também dava aulas. Idoso, o marido de Selma e pai de Patrícia estava em casa, com parentes.
À delegacia foram ainda os filhos de Ezenete -dois rapazes com pouco mais de 20 anos. Abalados, eles não falaram com os jornalistas. A mãe deles chegara de viagem anteontem. Havia ido à região de Sorocaba para o enterro de um familiar. (SC)


Texto Anterior: Moradores dizem que proibição é ignorada
Próximo Texto: Trânsito: Detonações na calha do rio Tietê interditam tráfego de madrugada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.