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Vítimas voltavam de hospital na zona sul
DA REPORTAGEM LOCAL
O motorista e os passageiros do
táxi atingido ontem pela escavadeira estavam voltando do Hospital São Paulo, na Vila Mariana
(zona sul de SP), onde, de acordo
com familiares, uma das vítimas
tratava um câncer na garganta.
A paciente era Selma Portilho
Picon, 68, que havia ido ao local
para marcar mais uma sessão de
radioterapia em companhia da filha Patrícia, 32, e de uma amiga da
família, a enfermeira Ezenete Oliveira Silva, 56.
Ezenete trabalhava no hospital e
estava de folga ontem, mas decidira acompanhar mãe e filha. O
taxista Luiz Antônio de Moraes
também era conhecido da família
-por isso costumava esperar Selma no hospital e levá-la de volta
para Itapecerica da Serra, cidade
onde todos moravam e onde devem ser enterrados hoje.
Eles haviam saído bem cedo do
Parque Paraíso, periferia da cidade, e já voltavam para casa quando ocorreu o acidente.
Alguns familiares das vítimas ficaram sabendo das mortes pela
polícia, que ligou para a casa de alguns deles. Outros ouviram a notícia pelas emissoras de rádio.
"Vejo irresponsabilidade, mas
só a perícia pode dizer o que houve", disse o funcionário público
Joaquim Neto, 26, um dos três filhos de Moraes, viúvo e taxista havia cerca de 13 anos.
A família Picon é dona de uma
escola que atende, em Embu das
Artes (Grande SP), crianças do
maternal à 8ª série -o Instituto
Ieda Picon, que leva o nome da filha mais velha de Selma.
Em choque, Ieda foi sedada e levada, ontem, a um hospital, cabendo ao marido dela, Milton, liberar os corpos junto com funcionários da escola, na qual Patrícia
também dava aulas. Idoso, o marido de Selma e pai de Patrícia estava em casa, com parentes.
À delegacia foram ainda os filhos de Ezenete -dois rapazes
com pouco mais de 20 anos. Abalados, eles não falaram com os
jornalistas. A mãe deles chegara
de viagem anteontem. Havia ido à
região de Sorocaba para o enterro
de um familiar.
(SC)
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