São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

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SAÚDE

Serão gastos R$ 104,1 milhões na campanha federal; objetivo é levar mais de 10,6 milhões de brasileiros aos postos

Vacinação de idosos começa em 17 de abril

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Começa no dia 17 de abril a sexta Campanha de Vacinação de Idosos realizada pelo Ministério da Saúde. A meta é levar mais de 10,6 milhões de brasileiros aos postos de vacinação nas duas semanas do programa. Para isso, serão gastos R$ 104,1 milhões.
Os recursos serão distribuídos na compra de 16,6 milhões de doses de vacina contra a gripe (R$ 87,1 milhões) e na aquisição de 300 mil doses de pneumococo, bactéria usada na proteção contra pneumonias (R$ 7,3 milhões).
Além disso, serão distribuídos R$ 4,6 milhões aos Estados e aos municípios para ações mobilização e treinamento. Serão gastos ainda R$ 6 milhões na divulgação da campanha, que repete a fórmula dos anos anteriores e usa a figura de famosos -o cantor Jair Rodrigues e o filho Jairzinho serão os garotos-propaganda.
Neste ano, as vacinas usadas foram atualizadas com o material genético de três vírus, entre eles o fujian, subtipo do vírus influenza, que provocou uma epidemia no último inverno nos EUA.
Segundo o presidente da Fundação Butantan, o médico Isaias Raw, a epidemia americana ocorreu porque o vírus foi identificado meses depois da campanha do país. Ele explica que todos os anos as vacinas devem ser diferentes porque, a cada temporada, a doença é causada por diferentes subvírus. A gripe causada pelo fujian é bem mais forte, dura mais tempo e é "um pouco mais perigosa" que as anteriores.
Segundo o médico geriatra João Toniolo Neto, nos últimos 20 anos o número de mortes causadas pela gripe é igual ao de vítimas fatais da Aids no período.
Para o infectologista Guido Levy, a vacina contra a gripe deve ser uma unanimidade. Ele diz que a substância é eficaz principalmente para as pessoas jovens e saudáveis, mas também dá resultados positivos para os idosos. "A mortalidade entre os que tomam a vacina é muito menor", diz.
Levy esclarece que a vacina não causa a doença. "Os vírus usados estão mortos." Mas completa que efeitos colaterais podem aparecer no dia seguinte à aplicação.
As vacinas, que são contra-indicadas para alérgicos a proteína do ovo, são fabricadas pela multinacional franco-alemã Aventis Pasteur, mas envasadas e controladas pelo Instituto Butantan.
De acordo com Isaias Raw, em 2006 -quando será concluído um laboratório de vacinas avaliado em R$ 50 milhões- o instituto já terá condições de suprir as necessidades nacionais.


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