São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

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Raticida é apreendido na zona norte

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia encontrou ontem na zona norte da capital paulista mais um suposto distribuidor do raticida Mão Branca, que tem na composição o veneno que matou 61 animais do Zoológico de São Paulo, segundo análise apresentada pela instituição.
Foi o segundo ponto de distribuição descoberto desde que começaram as investigações, em 31 de janeiro deste ano. O Mão Branca, cuja substância ativa é o monofluoracetato de sódio, tem a venda proibida no país. Portaria de 8 de agosto de 1997, da extinta Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, proibiu o uso do produto químico, de alta letalidade, em raticidas. O Mão Branca não tem gosto nem cheiro.
Um policial disfarçado entrou em uma avícola na Vila Santa Maria, na zona norte, e comprou, por R$ 10, um raticida conhecido como chumbinho. Os policiais também apreenderam outros 12 frascos do mesmo veneno e um frasco de Mão Branca.
O dono da avícola e um ajudante foram detidos, mas depois liberados. Eles serão investigados em inquérito que vai apurar crime ambiental. Os dois disseram que usavam os produtos para matar ratos no próprio estabelecimento, mas não informaram onde compraram o veneno.
Por enquanto, segundo o delegado-assistente do 40º DP (Vila Santa Maria) Dovairdes Cogo, não há relação do material encontrado ontem com as mortes do zoológico. "Mostra que esse material é facilmente comercializado", diz Cogo.
Segundo o delegado Clóvis Ferreira de Araújo, que cuida do caso do zôo, a polícia investiga uma pequena rede clandestina de distribuição do veneno para o varejo. O Mão Branca é procurado, afirma, porque mata com pouca quantidade e é barato.
Araújo diz que recebeu informação de que o veneno à venda é sintetizado artesanalmente.
De acordo com a polícia, já há laudos positivos para envenenamento por monofluoracetato de 56 animais. O último exame que ficou pronto é o de um tamanduá. Restam outras cinco análises.
Dois peritos do Centro de Toxicologia da Unesp foram nomeados auxiliares da polícia.


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