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Raticida é apreendido na zona norte
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia encontrou ontem na
zona norte da capital paulista
mais um suposto distribuidor do
raticida Mão Branca, que tem na
composição o veneno que matou
61 animais do Zoológico de São
Paulo, segundo análise apresentada pela instituição.
Foi o segundo ponto de distribuição descoberto desde que começaram as investigações, em 31
de janeiro deste ano. O Mão Branca, cuja substância ativa é o monofluoracetato de sódio, tem a
venda proibida no país. Portaria
de 8 de agosto de 1997, da extinta
Secretaria Nacional de Vigilância
Sanitária, proibiu o uso do produto químico, de alta letalidade, em
raticidas. O Mão Branca não tem
gosto nem cheiro.
Um policial disfarçado entrou
em uma avícola na Vila Santa Maria, na zona norte, e comprou, por
R$ 10, um raticida conhecido como chumbinho. Os policiais também apreenderam outros 12 frascos do mesmo veneno e um frasco
de Mão Branca.
O dono da avícola e um ajudante foram detidos, mas depois liberados. Eles serão investigados em
inquérito que vai apurar crime
ambiental. Os dois disseram que
usavam os produtos para matar
ratos no próprio estabelecimento,
mas não informaram onde compraram o veneno.
Por enquanto, segundo o delegado-assistente do 40º DP (Vila
Santa Maria) Dovairdes Cogo,
não há relação do material encontrado ontem com as mortes do
zoológico. "Mostra que esse material é facilmente comercializado", diz Cogo.
Segundo o delegado Clóvis Ferreira de Araújo, que cuida do caso
do zôo, a polícia investiga uma
pequena rede clandestina de distribuição do veneno para o varejo.
O Mão Branca é procurado, afirma, porque mata com pouca
quantidade e é barato.
Araújo diz que recebeu informação de que o veneno à venda é
sintetizado artesanalmente.
De acordo com a polícia, já há
laudos positivos para envenenamento por monofluoracetato de
56 animais. O último exame que
ficou pronto é o de um tamanduá.
Restam outras cinco análises.
Dois peritos do Centro de Toxicologia da Unesp foram nomeados auxiliares da polícia.
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