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AMBIENTE
Processos foram movidos por moradores de Paulínia
Shell é alvo de ações no valor de R$ 20 milhões por contaminação
ANA PAULA MARGARIDO
FOLHA CAMPINAS
Ex-moradores do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia (126
km de São Paulo), entraram ontem com oito ações indenizatórias na Justiça, que somam R$ 20
milhões, contra a Shell do Brasil,
responsável pela contaminação
do local por pesticidas.
Segundo o advogado dos moradores, Valdir Tolentino de Freitas,
as oito ações indenizatórias pedem plano de saúde vitalício "de
primeira linha", tratamento de
saúde, estimado em R$ 480 mensais por pessoa, e indenização por
dano moral e constrangimento
no valor de R$ 700 mil para cada
um dos 28 moradores envolvidos.
O processo contra a Shell, que
assumiu, em autodenúncia feita
em 1994 ao Ministério Público Estadual, ter contaminado a área
com pesticidas organoclorados, é
baseado em laudos de saúde da
Prefeitura de Paulínia.
A Shell produziu pesticidas na
cidade entre 1974 e 1994. Há dois
anos, exames patrocinados pela
prefeitura em cerca de 200 pessoas indicaram problemas de saúde ligados à contaminação.
A Shell também realizou exames em 180 moradores, mas não
constatou problemas. Ontem, o
gerente de saúde, segurança e ambiente da Divisão Química da
Shell Brasil, Alfredo Rodrigues
dos Santos, 45, disse que a empresa desconhece as ações.
A faxineira Cresa do Carmo
Bueno, 47, ex-proprietária de chácaras no Recanto dos Pássaros,
disse que, após a série de ações, se
sentiu encorajada e também entrará na Justiça contra a Shell. "Se
não fosse a prefeitura, eu já estaria
morta, pois não teria dinheiro para comprar os medicamentos."
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