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SINAL VERDE
Idéia inclui Rebouças, Faria Lima e Francisco Morato; Serra receberá propostas em até 2 meses
CET planeja adoção do rodízio de veículos só nas grandes avenidas
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego),
Roberto Scaringella, já admite oficialmente mudar as regras atuais
do rodízio municipal de veículos
para implantá-lo somente nas
grandes avenidas de São Paulo e
aponta, em entrevista à Folha, benefícios que ele vê no modelo.
Trata-se de uma forma de alteração que, de um lado, poderia estender a restrição a corredores fora do centro expandido e em um
intervalo maior de tempo, mas, de
outro, excluiria as vias locais que
hoje estão dentro do rodízio.
"A gente liberaria a miniviagem. Ou seja, para quem mora
num bairro e quer ir da casa dele
até a escola do filho. Hoje, ele não
pode. Mas, se ele fizer esse deslocamento, não está sobrecarregando os corredores congestionados.
Se você indica as vias em que as
regras do rodízio vão existir, todo
espaço urbano que não é aquele
corredor fica liberado", afirma, citando nominalmente entre os alvos as avenidas Rebouças, Eusébio Matoso, Brasil, Faria Lima e a
Prof. Francisco Morato, que hoje
está fora da restrição veicular (por
não estar no centro expandido,
delimitado pelas marginais Pinheiros e Tietê, entre outras).
No total, a nova proposta
abrange entre 200 km e 400 km
dos 15 mil km de vias da cidade.
Scaringella diz que apresentará
os estudos ao prefeito José Serra
(PSDB) no intervalo de um a dois
meses. Além dessa possibilidade,
ele também analisa as ampliações
de tempo (hoje é das 7h às 10h e
das 17h às 20h), do número de
placas e da área do rodízio baseadas no modelo atual -opções já
estudadas e rejeitadas por técnicos da mesma CET, porém na
gestão Marta Suplicy (PT).
Ele afirma que a escolha será de
Serra, nega-se a admitir uma preferência pessoal ("seria um desserviço dizer que tenho simpatia
por A ou por B"), mas antecipa argumentos da restrição por vias.
"É preciso utilizar mais os horários ociosos e os espaços ociosos.
Se der para aliviar vias muito congestionadas utilizando mais vias
secundárias, é uma forma de distribuir a demanda de viagens
mais racionalmente, obtendo
uma eficiência maior", defende.
Essa opção é polêmica e deverá
enfrentar a resistência de urbanistas, que temem a ocupação de
ruas tranqüilas por carros. Ou seja, que a restrição, ao incentivar a
fuga dos corredores, deixe entupidos diversos bairros residenciais.
Questionado pela reportagem
sobre esse risco, Scaringella classificou de "inevitável" e "inexorável" a elevação do fluxo fora das
avenidas principais e disse que é
algo que ocorre há 30 anos.
O presidente da CET define essa
tendência como uma "redistribuição de viagens" e afirma que
"os 20% [da frota] em cada dia
que não podem pegar os corredores vão tentar se resolver mais
próximos da residência deles".
Scaringella diz, entretanto, que
"existem áreas estritamente residenciais, pela peculiaridade da localização, onde pode ser dado um
tratamento que compatibilize os
interesses locais e de passagem".
A intenção da gestão Serra de
estudar um rodízio por via havia
sido revelada pela Folha no dia 25
de janeiro. Mas, na época, além de
não ser oficial, ela era vista como
complemento, e não como substituição do sistema atual -pensava-se em manter a restrição por
área, mas acrescentando algo específico nos corredores. A idéia
ganhou força desde então.
Defensor nos últimos anos do
pedágio urbano, Scaringella diz
que a idéia "está fora de cogitação". Afirma hoje que "medidas
radicais" poderiam "quebrar" algumas atividades, mas atribui a
decisão de "não entrar por esse
caminho" ao próprio governo.
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